Em decreto publicado nesta quarta-feira (23), o presidente Michel Temer extinguiu a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), criada em 1984 pelo governo de João Figueiredo, último presidente da ditadura civil-militar. Desde então, a reserva definia a proteção da área de 47 mil quilômetros quadrados, incrustada em uma região entre os estados do Pará e do Amapá.
A reserva também estabelecia que
apenas o governo federal, por meio da Companhia Brasileira de Recursos Minerais
(CPRM – Serviço Geológico Brasileiro), e empresas indicadas pela companhia
poderiam fazer a exploração de minérios na região, área estratégica do ponto de
vista socioambiental, com sobreposição de 7 unidades de conservação e duas
áreas indígenas, que ocupam cerca de 70% da área da Renca.
A coordenadora do Núcleo de
Ciências da organização WWF-Brasil, Mariana Napolitano, chama a atenção para as
consequências da extinção da reserva. Em entrevista nesta
quinta-feira (24), ela diz que a medida deverá acarretar uma nova "corrida
do ouro", com impactos ambientais como desmatamento de áreas de floresta e
a contaminação dos recursos hídricos.
A ambientalista destaca que a
situação é ainda mais crítica, pois, de acordo com levantamentos iniciais, as
áreas privilegiadas para a atividade mineradora não estão nos 30% restantes
fora das áreas das unidades de conservação e áreas indígenas, o que as colocam
em risco.
Mariana questiona, ainda, se a
Renca poderia ser extinta por meio de decreto presidencial, sem a necessidade
de aprovação de Projeto de Lei, que possibilitaria um debate mais amplo.
"É óbvio que é necessário pensar no crescimento e no desenvolvimento
econômico, mas precisa ser feito em bases sustentáveis. Especialmente nessas
regiões, com florestas conservadas, precisa ser feito com muito cuidado. A
sinalização da extinção dessa reserva por meio de decreto – que não permite
diálogo, nem salvaguardas mais especiais – é muito ruim", afirmou. (FONTE; Carta Maior).
O pior é que encontramos muitos brasileiros que apoiam essa medida absurda, a política do Brasil aos poucos vai acabado com o país em nome da ganancia de uma minoria. É lamentável ainda assistimos isso passivamente, como na musica de Chico Buarque:
"Num tempo
Página infeliz da nossa
história
Passagem desbotada na
memória
Das nossas novas
gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão
distraída
Sem perceber que era
subtraída
Em tenebrosas
transações."
A esperança é que isso um dia passe, como o nome da musica "vai passar". A questão é: o que vai sobrar de tudo isso?
Nenhum comentário:
Postar um comentário