sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Extinta da natureza, ararinha-azul vive em cativeiros de quatro países.

Você não deve ter visto uma ararinha-azul voando por aí. O animal é considerado extinto na natureza: em 2000, a última sumiu.
Mas já deve ter visto a ararinha no cinema ou na TV. Ela é a estrela da animação “Rio”, do diretor brasileiro Carlos Saldanha.
No filme, a arara Blu, que mora nos Estados Unidos, descobre ser a penúltima da espécie. Precisa viajar ao Rio para conhecer a única fêmea e ter filhotes com ela.
Na vida real, é parecido. O Projeto Ararinha na Natureza, associação entre o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e empresas, luta para salvar a ave. Mas, diferentemente do filme, não restam só duas aves no mundo. Atualmente são 86, distribuídas em cativeiros do Brasil, da Alemanha, da Espanha e do Qatar.
Existem dois cativeiros brasileiros, ambos no interior de São Paulo. Os locais não são revelados, para evitar que as ararinhas sejam roubadas por traficantes da animais silvestres.
O objetivo dos países que guardam as aves é o mesmo: fazer com que tenham filhotes para que possam voltar ao habitat natural, a caatinga nordestina, entre Bahia e Pernambuco.
“Precisamos ter 150 ararinhas em cativeiro para que possamos soltá-las”, explica Ugo Vercillo, coordenador do ICMBio e do projeto, criado em 2012.
“É importante que sempre tenhamos ararinhas em cativeiro, como uma poupança. Para isso, é preciso que nasçam 30 aves em cativeiro por ano. Atualmente, nascem sete.”
A previsão é que em 2021 elas possam ser soltas.
Grande parte do esforço vem da fundação Al Wabra, no Qatar. Lá vivem 67 ararinhas. “O Brasil precisa ter mais ararinhas se reproduzindo para que possamos enviar as nossas ao país”, diz Tim Bouts, diretor da Al Wabra. Desde 2004, 40 nasceram na fundação.

Como em “Rio”, as ararinhas se apaixonam. Costumam ter só um namorado ou namorada na vida. A reprodução nos cativeiros só ocorre quando as aves encontram seus parceiros. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

As propostas de mudança dos padrões de consumo.

A partir da Rio 92 o tema do impacto ambiental do consumo surgiu como uma questão de política ambiental relacionada às propostas de sustentabilidade. Ficou cada vez mais claro que estilos de vida diferentes contribuem de forma diferente para a degradação ambiental. Ou seja, os estilos de vida de uso intensivo de recursos naturais, principalmente das elites dos países do hemisfério norte, são um dos maiores responsáveis pela crise ambiental.
Diversas organizações ambientalistas começaram a considerar o impacto dos indivíduos, em suas tarefas cotidianas, para a crise ambiental. Através de estímulos e exigências para que mudem seus padrões de consumo, começaram a cobrar sua corresponsabilidade. Assim, atividades simples e cotidianas como “ir às compras”, seja de bens considerados de necessidades básicas, seja de itens considerados luxuosos, começaram a ser percebidas como comportamentos e escolhas que afetam a qualidade do meio ambiente. Dessa forma, muitos cidadãos se tornaram mais conscientes e interessados em reduzir sua contribuição pessoal para a degradação ambiental, participando de ações em prol do meio ambiente na hora das compras.
No entanto, esta ênfase na mudança dos padrões de consumo não deve nos levar a entender que os problemas ambientais decorrentes da produção industrial capitalista já tenham sido solucionados com sucesso. Ao contrário, as lutas por melhorias e transformações na esfera da produção estão relacionadas e têm continuidade nas lutas por melhorias e transformações na esfera do consumo, uma vez que os dois processos são interdependentes.
Por isso, uma das primeiras questões que devemos fazer é se não estaria havendo uma espécie de transferência da responsabilidade, do Estado e do mercado para os consumidores. Muitas vezes, governos e empresas buscam aliviar sua responsabilidade, transferindo-a para o consumidor, que passou a ser considerado o principal responsável pela busca de soluções. Mas os consumidores não podem assumir, sozinhos, toda a responsabilidade. Ela deve ser compartilhada por todos, em cada esfera de ação.
Assim, quando nós, consumidores, lidamos com dificuldades e dilemas diários relacionados ao nosso papel, ao nosso poder e à nossa responsabilidade pela melhoria ambiental através das nossas escolhas e comportamentos, estamos aprendendo a nos posicionar sobre quem são os atores e quais são as instituições que devem ser responsáveis por cada problema e cada solução. A ênfase na mudança dos padrões de consumo deve ser vista, portanto, como uma forma de fortalecer a ação política dos cidadãos. Essa nova forma de percepção e definição da questão ambiental estimulou o surgimento de uma série de estratégias, como “consumo verde”, “consumo ético”, “consumo responsável” e “consumo consciente”. Surgiu também uma nova proposta de política ambiental que ficou conhecida como “consumo sustentável”.
Consumo verde
Consumo verde é aquele em que o consumidor, além de buscar melhor qualidade e preço, inclui em seu poder de escolha, a variável ambiental, dando preferência a produtos e serviços que não agridam o meio ambiente, tanto na produção, quanto na distribuição, no consumo e no descarte final.
Esta estratégia tem alguns benefícios importantes, como o fato de os cidadãos comuns sentirem, na prática, que podem ajudar a reduzir os problemas ambientais. Além disso, os consumidores verdes sentem-se parte de um grupo crescente de pessoas preocupadas com o impacto ambiental de suas escolhas.
Mas a estratégia de consumo verde tem algumas limitações. Os consumidores são estimulados a trocar uma marca X por uma marca Y, para que os produtores percebam que suas escolhas mudaram. A possibilidade de escolha, portanto, acabou se resumindo a diferentes marcas e não entre consumismo e não-consumismo. Muitas empresas passaram a se interessar em mapear o poder de compra de pessoas com alto poder aquisitivo interessadas em um estilo de vida de baixo impacto ambiental, percebendo-as como um novo nicho de mercado. Assim, a necessidade de redução e modificação dos padrões de consumo foi substituída pelo simples “esverdeamento” dos produtos e serviços. Além disso, o consumo verde atacaria somente uma parte do problema – a tecnologia – enfatizando o desenvolvimento de produtos verdes para uma parcela da sociedade, enquanto os pobres ficam com produtos inferiores e com um nível de consumo abaixo da satisfação de suas necessidades básicas. O tema da desigualdade no acesso aos bens ambientais desapareceu completamente dos debates e propostas de consumo verde .
Consumo ético, consumo responsável e consumo consciente.
Estas expressões surgiram como forma de incluir a preocupação com aspectos sociais, e não só ecológicos, nas atividades de consumo. Nestas propostas, os consumidores devem incluir, em suas escolhas de compra, um compromisso ético, uma consciência e uma responsabilidade quanto aos impactos sociais e ambientais que suas escolhas e comportamentos podem causar em ecossistemas e outros grupos sociais, na maior parte das vezes geográfica e temporalmente distantes.
Consumo sustentável
Esta proposta se propõe a ser mais ampla que as anteriores, pois além das inovações tecnológicas e das mudanças nas escolhas individuais de consumo, enfatiza ações coletivas e mudanças políticas, econômicas e institucionais para fazer com que os padrões e os níveis de consumo se tornem mais sustentáveis. Mais do que uma estratégia de ação a ser implementada pelos consumidores, consumo sustentável é uma meta a ser atingida. Para ficar mais claro, se é possível dizer “eu sou um consumidor verde”, ou “eu sou um consumidor consciente”, não teria sentido dizer “eu sou um consumidor sustentável”.

Além disso, a preocupação se desloca da tecnologia dos produtos e serviços e do comportamento individual para os desiguais níveis de consumo. Afinal, meio ambiente não está relacionado apenas a uma questão de como usamos os recursos (os padrões), mas também uma preocupação com o quanto usamos (os níveis), tornando-se uma questão de acesso, distribuição e justiça social e ambiental.

domingo, 1 de setembro de 2013

A Conferência será realizada em Brasília-DF, no período de 10 a 14 de outubro de 2013


A IV Conferência Nacional Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA) é um processo dinâmico de diálogos e encontros voltado para o fortalecimento da cidadania ambiental nas escolas e comunidades a partir de uma educação crítica, participativa, democrática e transformadora.
A Conferência será realizada em Brasília-DF, no período de 10 a 14 de outubro de 2013 e contará com a participação de cerca de 700 delegados(as) de 11 a 14 anos, provenientes de todas as Unidades Federativas.
A Conferência Nacional trabalhará a temática Vamos Cuidar do Brasil com Escolas Sustentáveis a partir dos projetos de ação selecionados na etapa estadual, utilizando metodologias participativas e processos de educomunicação que serão detalhados posteriormente, constituindo-se em um processo pedagógico que traz a dimensão política da questão ambiental para os debates realizados nas escolas e comunidades, na construção coletiva de conhecimento e no empenho nas resoluções de problemas socioambientais, respeitando e valorizando a opinião e o protagonismo dos adolescentes e jovens.
Presidida pelo Ministro de Estado da Educação e coordenada pelos Ministérios da Educação e do Meio Ambiente, que integram o Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9795/99), a IV CNIJMA está sob responsabilidade da Coordenação Geral de Educação Ambiental (CGEA), da Diretoria de Políticas de Educação em Direitos Humanos e Cidadania (DPEDHC) e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) do MEC, em parceria com o Departamento de Educação Ambiental (DEA), da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC) do Ministério do Meio Ambiente.
A IV CNIJMA é destinada ao público das escolas do Ensino Fundamental, públicas e privadas, urbanas e rurais, da rede estadual ou municipal, assim como das escolas de comunidades indígenas, quilombolas e de assentamento rural, e tem o desafio de mobilizar toda a comunidade escolar.

O ICMBio é um dos membros do Comitê Consultivo Nacional da IV CNIJMA, composto por instituições governamentais e não governamentais de abrangência nacional. O Comitê tem por finalidade orientar os processos preparatórios para a Conferência, apoiar atividades no âmbito nacional, nas etapas da conferência nos estados e fortalecer a intersetorialidade destas ações.