sexta-feira, 24 de maio de 2013

ONU, Dia Internacional da Biodiversidade alerta sobre água.



A ONU (Organização das Nações Unidas) comemorou o Dia Internacional da Biodiversidade nesta quarta-feira (22/05) lançando um alerta sobre a situação da demanda futura pela água.
Em mensagem, Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, lembrou do tema deste ano, “Água e Biodiversidade”, ao dizer que apesar da abundância do recurso, o planeta conta apenas com uma pequena quantidade de água fresca. O tema do Dia Internacional da Biodiversidade foi escolhido para marcar o Ano Internacional de Cooperação da Água, comemorado durante todo 2013.
Em várias partes do mundo, a demanda por água ultrapassa o fornecimento, e a qualidade do recurso ainda é um problema em muitos países. Ban lembrou que a biodiversidade e o ecossistema são fundamentais no alcance de uma visão de um mundo com água para todos.
Ele citou, ainda, o papel das florestas que ajudam a regular a erosão do solo e proteger a qualidade e o fornecimento de água.
Plano para 2020 – Para promover mais proteção, a Convenção sobre Diversidade Biológica emitiu um plano estratégico que vai até 2020 sobre o tema.
O Secretário-Geral lembrou os compromissos firmados durante a Rio+20, no Rio de Janeiro, sobre a necessidade de se manter a quantidade e a qualidade da água em programas de governo.
Ele pediu aos países que ainda não ratificaram o Protocolo de Nagoia de acesso a recursos genéticos que o façam. O objetivo do presente Protocolo é a distribuição justa e equitativa o de repartição justa e equitativa dos benefícios decorrentes da utilização de recursos genéticos, incluindo por meio do acesso a recursos genéticos e pela transferência de tecnologias relevantes, levando-se em conta todos os direitos sobre esses recursos e tecnologias, e pelo financiamento adequado, contribuindo dessa forma para a conservação da diversidade biológica e o uso sustentável de seus componentes.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Nível de CO2 na atmosfera bate recorde e agrava quadro de mudança climática.


Queima de carvão, petróleo e gás natural é o motor da dramática aceleração do aumento de gases estufa e pode levar planeta a consequências imprevisíveis.

A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera alcançou um novo marco na história das medições científicas, uma marca que certifica, segundo os analistas, a realidade de um aquecimento global de consequências imprevisíveis e cada vez mais preocupantes.
Na semana passada, a presença de CO2 no ar chegou a 400 partes por milhão de moléculas nos registros da estação atmosférica Mauna Loa, no Havaí, considerada o epicentro mundial para o estudo dos gases do efeito estufa desde que começou a operar, em 1958.
O número em si não se traduz em uma "ameaça imediata" para o ser humano, como explicou à Agência Efe o geoquímico Ralph Keeling do Centro Oceanográfico de San Diego, na Califórnia, mas é um dado simbólico com o qual os cientistas tentam conscientizar mentes.
"É um patamar ao qual não deveríamos ter chegado. De fato, não seria preciso ter superado os 350", declarou Keeling, um dos responsáveis do relatório publicado na sexta-feira pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, em inglês) dos Estados Unidos.
Este especialista sustenta que a civilização se encontra "em zona de perigo" sem que no horizonte próximo se vejam sinais de melhoria. Em 25 anos estima-se que o CO2 representará 450 partes por milhão de moléculas de ar dado o contínuo uso de combustíveis fósseis para o desenvolvimento dos países.
A queima de carvão, petróleo e gás natural está sendo o motor da dramática aceleração do aumento do CO2 na atmosfera, disse o diretor da divisão de vigilância global da NOAA em seu laboratório do Colorado, James Butler.
"Durante a civilização humana o dióxido de carbono esteve em níveis de entre 180 a 280 partes por milhão. Em pouco mais de 100 anos, a espécie humana o elevou a 400. Não há ciclo natural neste planeta capaz de fazer algo assim tão rápido", esclareceu Butler.
Ainda não se sabe se existe um ponto sem retorno, aquele que uma vez superado gere uma desestabilização tão drástica que condene o ser humano a calamidades climáticas globais que, por enquanto, são mais próprias dos filmes; um ultimato que, apesar de trágico, nos ajudaria a tomar medidas para frear as emissões.
"As pessoas não veem perigos em curto prazo, portanto não se assustam, isso é parte do problema. Se nos concentrarmos no longo prazo, nos daremos conta que a magnitude do que estamos fazendo é muito preocupante", insistiu Keeling, cujo pai foi pioneiro no estudo do dióxido de carbono.
A chamada "Curva de Keeling", criada por Charles David Keeling, está na base das demonstrações que validam as teorias da mudança climática que deram origem às cúpulas ambientais de Kioto e Copenhague. Charles Keeling faleceu em 2005 e seu filho Ralph continuou seu legado.
"Não penso que meu pai teria se surpreendido muito por termos chegado a este ponto, embora ele esperasse que, uma vez sabendo da existência de uma rápida mudança no clima, teríamos feito mais", comentou seu descendente.
Para Butler, as pessoas têm de fazer um esforço para "entender suficientemente" que o aquecimento global "é verdade" e "têm de confiar em quem sabe mais", mas admite que "isso é difícil".
Uma vez na atmosfera, o CO2 permanece ali durante milhares de anos, o que faz com que as mudanças climatológicas radiquem nas emissões acumulativas. "Leva entre 10 e 20 anos para que se notem os efeitos", indicou Butler.
A taxa de aumento de dióxido de carbono se acelerou desde que começaram as análises contínuas em 1958, ao passar de 0,7 partes por milhão ao ano então a uma média de 2,1 partes por milhão na última década.
Devido ao aumento da temperatura no planeta, se prevê que nos próximos anos os gases metano que se encontram em sedimentos superficiais nos oceanos e sob o gelo do ártico se liberem na atmosfera. Esse gás poderia acelerar até cinco vezes mais o aquecimento global.