sábado, 3 de dezembro de 2011

Brasil é sexto maior emissor de gases do planeta.

Mais da metade de todas as emissões de carbono liberadas na atmosfera são geradas por cinco países, segundo um ranking de emissões de gases estufa publicado nesta quinta-feira (1/12) no qual o Brasil aparece na sexta posição.
China, Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão lideram a lista, seguidos de Brasil, Alemanha, Canadá, México e Irã, de acordo com a lista, divulgada durante a COP 17, negociações climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) em Durban, África do Sul.
Os primeiros dez países da lista são responsáveis por dois terços das emissões globais, acrescentou o documento, copilados pela empresa Maplecroft, da Grã-Bretanha, especializada em análise de risco. Três dos seis maiores emissores são gigantes emergentes que demandam energia e desenvolvem suas economias a uma velocidade vertiginosa.
Em desenvolvimento – A China, que superou os Estados Unidos alguns anos atrás no topo da lista, produziu 9.441 megatoneladas de CO2-equivalente (CO2e), uma medida que combina dióxido de carbono (CO2) com outros gases aprisionadores de calor, como metano e óxido nitroso.
O método de cálculo utilizado combinou números de 2009 para o consumo de energia com números estimados para 2010.
A maioria das emissões dos países é de dióxido de carbono, graças à enorme demanda de energia. O uso de energias renováveis está aumentando, mas continua pequeno em comparação com o de combustíveis fósseis.
A Índia produziu 2.272,45 megatoneladas de CO2e, parte significativa de metano gerado na agricultura. “Embora o uso per capita de energia na China e na Índia seja relativamente baixo, a demanda em geral é muito grande”, explicou Chris Laws, analista da Maplecroft. “Quando combinado com o alto uso de carvão e outros combustíveis fósseis, isto resulta em grandes emissões nos dois países”, acrescentou.
A produção brasileira, de 1.144 megatoneladas derivados do uso energético, seria significativamente maior se o desmatamento fosse levado em conta.
De acordo com informações do Deter, divulgadas em outubro passado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a região denominada Amazônia Legal perdeu no ano passado 7 mil km² de sua cobertura vegetal original. O índice é o menor desde que a medição foi iniciada, em 1988.
Potências – Entre as economias avançadas, os Estados Unidos – o primeiro país em emissões per capita entre as grandes potências – produziram 6.539 megatoneladas de CO2e. A Rússia, com 1.963 megatoneladas, ficou em quarto. Suas emissões caíram após a derrocada da União Soviética, mas espera-se que subam.
No Japão, onde a geração é de 1.203 megatoneladas de CO2e, os temores de segurança com relação à energia nuclear levaram a uma maior dependência em combustíveis fósseis, e um pico em emissões de carbono, disse Laws. Ele destacou, no entanto, que o governo japonês anunciou sua intenção de preencher a lacuna energética com fontes renováveis.
“É improvável que a tendência de aumento das emissões de gases efeito estufa seja mitigada em médio e longo prazos”, relatou. O índice dos 176 países, com base nos níveis anuais de emissões de gases de efeito estufa, combina dados sobre as emissões de CO2 de uso energético e emissões de gases não CO2. Os dados vieram de várias fontes, entre elas a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

CHEVRON E GRANDE MÍDIA (PIG) ESCONDEM O VAZAMENTO DE PETROLEO.

Dia 10/11, quando toda a mídia nacional se voltava para o depoimento do Ministro na Camara, uma pequena nota da Agência Estado registrava:
“A unidade brasileira da petroleira norte-americana Chevron informou que está trabalhando para conter um vazamento no campo Frade, na Bacia de Campos. “O vazamento se deve a uma rachadura no solo do oceano. É um fenômeno natural”, disse Heloisa Marcondes, porta-voz da Chevron Brasil. “
Nos dias seguintes, toda a imprensa nacional empenhou-se a fundo para provar que o Ministro mentira.
E ninguém se mobilizou para saber o tamanho e a causa do vazamento da Chevron e a investigar o que se provou uma mentira – e escandalosa – da Chevron.
Ninguém da grande imprensa, porque a blogosfera, sem os meios e as facilidades que ela tem, lutou contra este encobrimento.
Não é possível que os editores de jornal, diante da notícia de que a Presidenta Dilma Rousseff, na sexta-feira, determinou uma investigação rigorosa do caso, achassem que o acidente era uma “porcariazinha” que vinha de “uma rachadurazinha” no fundo do mar.
Não foi, nos primeiros momentos, por ordens “de cima” que o caso foi, na prática, abafado. Foi, o desinteresse – e existiria furor se fosse o vazamento fosse da Petrobras - que deriva de uma deformação mental que considera o público necessariamente corrupto e incompetente, enquanto o privado é limpo e eficiente. Mais ainda, é claro, quando se trata de uma grande multinacional.
Formou-se uma espécie de “mancha mental”, com uma capa impermeável de obtusidade, que aceita como verdades incontestáveis o que dizem as grandes corporações privadas e a lógica do mercado. Nem mesmo as ONGs ambientalistas, na sua maioria, se agitaram. A imprensa publicava “releases”, nada mais.
Durante dias, sem piar, reproduziram-se os comunicados da Chevron, sem contraditório. A foto (única) do vazamento distribuída pela Chevron e a tirada hoje pela fotógrafa Márcia Foletto, de O Globo, mostra bem a diferença entre os faos e a versão da empresa.
Aliás, a Chevron não deu a mínima nem para a imprensa, nem para o Ibama e nem para a ANP.
Não ficaria supreso que seus funcionários tenham ficado sentados na sala de espera, aguardando para serem atendidos.
Aliás, o panorama só mudou porque entrou a Polícia Federal na história.
É curioso – e ao mesmo tempo terrível – que estejamos vivendo tempos de dupla moral e ética. Ao Estado e seus agentes – corretamente – é exigido um comportamento exemplar. Aos grandes grupos privados muito mais poderosos, é o vale tudo. (Tijolaço).
Onde estão os defensores da privatização? Herança da "privataria" dos tucanos. 


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Brasil gasta R$ 8 bilhões por ano por não reciclar materiais descartados.

O governo estuda formas de reverter o “desperdício” de R$ 8 bilhões gastos anualmente por não reciclar resíduos compostos por plástico, metal, papel e vidro, informou nesta segunda-feira (10) o diretor executivo da Secretaria Nacional de Ambientes Urbanos do Ministério do Meio Ambiente, Silvano Costa, durante audiência pública realizada na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para debater o Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
“Esse é um dado que nós queremos resgatar. Nós trabalhamos para fazer a integração dos planos estaduais, municipais e federal em uma única política nacional para lidar com o tratamento de resíduos sólidos”, explicou o diretor. O secretário da pasta, Nabil Bonduki, também participou do encontro, onde foram discutidas estratégias para implementação de políticas públicas voltadas ao tratamento de resíduos.
A região Nordeste concentra atualmente 89% dos municípios que não possuem tratamento de resíduos. Para reverter essa situação, Bonduki aconselha uma inversão de valores. “Os municípios têm renda muito baixa, isso desestimula e torna todo o processo mais difícil. Temos de parar de ver o lixo como um problema e passar a enxergá-lo como recurso. Com isso, talvez até os municípios menores e mais pobres poderão se dar bem nesse assunto”, disse o secretário, que ainda falou sobre a importância de essas cidades implantarem a coleta seletiva e a compostagem.
Costa comentou que um plano nacional deve despertar o interesse de todos. “Dificuldade maior está no sentido de garantir que o Plano Nacional de Resíduos se constitua nacionalmente, porque ele não é um plano somente para o União, ele é para os estados, municípios, para os cidadãos, para o setor empresarial e produtivo”, disse.

Fim dos aterros e lixões.
Costa afirmou que a partir de agosto de 2014, de acordo com a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, todos os dejetos devem ser despejados de forma ambientalmente adequada. “Dessa data em diante não será mais permitido levar resíduos para aterros, e os lixões existentes devem ser encerrados”, disse.
De acordo com o previsto no ítem V do artigo 15º da lei, o Ministério do Meio Ambiente deverá implementar metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. Bonduki também falou a respeito dos catadores e como melhorar a remuneração para a categoria.
“É muito importante o pagamento de serviços ambientais a esses catadores. Já existe um projeto de lei no Congresso Nacional, apoiado pelo Ministério do Meio Ambiente, para que possamos criar essa figura de remuneração pelo serviço ambiental. Dessa maneira, o catador poderá receber, por exemplo, por tonelada de resíduo recolhido e triado. O catador precisa ser tratado como qualquer trabalhador, inclusive com uma remuneração básica”, disse Bonduki.

(REDE BRASIL ATUAL)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cearense inventa veículo quadriflex.

O primeiro carro quadriflex do mundo, inventado pelo cearense Fernando Alves Ximenes, promete ser uma das atrações da Ecoenergy, 1ª Feira Internacional de Tecnologias Limpas e Renováveis para Geração de Energia e Eficiência Energética, realizada a partir desta quinta-feira (15) até sábado (17), no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo.
O cientista, da empresa Gram-Eollic, adaptou um veículo Novo Uno, da Fiat, fazendo o motor operar movido a energia solar e eólica, além de gasolina e etanol. O automóvel recebeu modificações no teto, com células fotovoltaicas, e no para-choque, onde foram instaladas turbinas eólicas.
O veículo garante menor emissão de CO2 na atmosfera e possui maior potência e torque. Com o deslocamento, as turbinas giram e alimentam o sistema elétrico e o sistema de combustão. É quando utiliza tanto a energia eólica quanto a solar. Desligado ou estacionado, é alimentado pela energia solar, captada tanto da luz do sol quanto das lâmpadas elétricas em geral. Uma bateria armazena a carga.
No carro adaptado por Ximenes, em quatro versões (executiva, esportiva, comercial e para o dia a dia), a emissão de poluentes foi reduzida em 40%, e o consumo melhorou. O custo de adaptação do veículo é de R$ 8 mil. Agora, o inventor trabalha para chegar à versão 100% autossustentável, sem necessidade de bateria.
Na tarde desta quinta-feira, também será realizada a palestra do secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, com dados sobre a matriz energética do estado.
A feira reunirá fornecedores de produtos e serviços voltados para a geração, transmissão e comercialização de energia, até setores inovadores na geração de energia como biomassa (animal ou vegetal) incluindo-se biogás e biodiesel, além de energia eólica, hidráulica, hidrelétrica, solar e das marés. O Centro de Exposições Imigrantes fica na rodovia dos Imigrantes, km 1,5

domingo, 21 de agosto de 2011

Áreas florestais intercaladas com a cana, técnica batizada de caminho de meio.

          O Brasil precisa ter áreas significativas de florestas ao redor das plantações de cana para ter mais eficiência no sequestro de carbono. Essa é a conclusão de um grupo de cientistas liderado pelo biólogo da USP Marcos Buckeridge, diretor científico do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia.
Em artigo aprovado pela revista Global Change Biology Bioenergy, ele e colegas afirmam que áreas florestais intercaladas com a cana, técnica batizada de caminho de meio, reduziriam o impacto da produção quanto às emissões de carbono. Isso aconteceria principalmente onde ainda são feitas queimadas após a colheita.
EMISSÕES
Hoje, 75% das emissões de carbono do Brasil vêm da atividade agropecuária.
A cana consegue absorver cerca de 7,4 toneladas de carbono por hectare a cada ano. Em média, estima-se que a plantação emita 800 kg de carbono a mais por ano do que é capaz de absorver, por causa das emissões do transporte e da queima.
As florestas absorvem 17 vezes mais: 140 toneladas ao ano. Essa taxa é ainda maior nas florestas mais novas (de até 30 anos) e em fase de crescimento. Os pesquisadores querem agora a área de floresta necessária para reduzir os impactos da produção.
Vamos levantar quantas florestas ainda existem na região dos canaviais de São Paulo para ver quanto mais teríamos de plantar, afirma Buckeridge.
Ele participou de um evento internacional da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) sobre Bioetanol, em Campos do Jordão (SP).
O biólogo quer calcular quanto carbono é armazenado por esses fragmentos de floresta e analisar os benefícios que a presença de áreas florestadas podem trazer ao cultivo. Esse trabalho será feito em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e deve ficar pronto em dois meses.
É uma pena não termos os dados antes da votação do Código Florestal [que tramita no Senado]. O novo código prevê a redução de áreas florestais para aumentar atividade agropecuária em regiões como margens de rios.
Solução ecologicamente correta. No entanto é importante salientar que os canaviais precisam de grande área de cultivo para apresentar bons resultados, devido a sua baixa produtividade por hectare. No sudeste haveria espaço para a cana e áreas de reflorestamento? E a demanda nacional por cultivo energético e alimentício, permite a presença dos dois manejos ao mesmo tempo?

Lixo: todos produzem, todos cuidam

Eis mais um grande desafio! A Política Nacional de Resíduos Sólidos, já em vigor, estabelece a responsabilidade de todos por tudo que consumimos e descartamos. Isso quer dizer que as empresas terão de fabricar produtos que deixem menos resíduos e que sejam mais recicláveis. O consumidor está proibido de queimar lixo a céu aberto ou jogá-lo em ruas, praias e rios. E, no caso de alguns produtos, terá que devolvê-lo ao fabricante, para que este os recicle
Agora somos todos responsáveis pelo descarte de resíduos no país. Tanto quem produz, como quem consome. Por isso, é cada vez mais vital que estejamos bem informados, não só sobre detalhes da nova lei, como, também, sobre como descartar qualquer produto, de forma correta. E mais: com a consciência de que é preciso consumir cada vez menos.
- Computadores e outros eletrônicos encostados em casa podem ser doados a empresas e projetos que recuperam e doam esses equipamentos para escolas. Material sem recuperação segue para a reciclagem.
- Lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, um metal pesado, e por isso devem ser enviadas para reciclagem específica. As incandescentes, halógenas e de sódio de baixa pressão podem ser recicladas normalmente, mesmo quebradas.

domingo, 14 de agosto de 2011

A Amazônia não é o Pulmão do Mundo.


          Não se sabe quem utilizou esta expressão pela primeira vez, mas o sentido dela é que na Amazônia haveria uma enorme produção de oxigênio, o que na verdade não corresponde a realidade, segundo especialistas.
A Amazônia não é o “pulmão do mundo” no sentido comum do termo. No entanto, o sistema florestal da região, alem de evitar a erosão, funciona como uma “esponja”, absorvendo substâncias trazidas pelos ventos e pelas chuvas, sob a forma de poeira e partículas, da África e do Atlântico. Amazônia não é o 'pulmão do mundo', aponta pesquisador. Na capa de muitos jornais, sites, comunidades virtuais e blogs a Amazônia ainda é encarada como o grande “pulmão do mundo”. A idéia de que a floresta seria uma grande purificadora do ar, transformando gás carbônico em oxigênio, já foi desmentida por muitos cientistas, mas ainda sobrevive por aí. Apenas em dois textos do Blog da Amazônia, há 16 comentários que tratam a floresta dessa forma.    
Apesar de haver muitas provas de que a Amazônia não exerce esse papel, é consenso entre os pesquisadores que as extensas áreas de floresta do Norte do Brasil têm grande influência no clima do planeta. Mesmo não sendo o tal pulmão, a Amazônia ainda seria um órgão vital.

Floresta em equilíbrio
          Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e um dos cientistas mais respeitados no mundo quando se fala de aquecimento global, o erro já começa no próprio apelido que se deu à Amazônia: “O pulmão não supre o oxigênio, ele tira.” O pesquisador explica que a floresta está em equilíbrio. Todo o gás carbônico capturado por meio da fotossíntese é liberado novamente à atmosfera quando as plantas respiram e quando as árvores morrem e entram em decomposição.    
Feranside ressalta, contudo, que o fato de a Amazônia não funcionar como o tal “pulmão do mundo” não significa que ela possa ser destruída. O desmatamento de milhões de quilômetros quadrados de floresta poderia desregular o regime de chuvas e acentuar o aquecimento global. 

Círculo vicioso 
          A floresta está em equilíbrio apenas quando está em pé. Se ocorre uma queimada ou desmate, grandes quantidades de gás carbônico são liberadas na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Hoje, o Brasil ocupa o quarto lugar entre os maiores emissores de gases que causam esse problema, sendo que cerca de três quartos dessa poluição provêm da destruição da mata. De acordo com Fearnside, o desmatamento é um péssimo negócio para o Brasil. “Além de emitir muito mais carbono do que o combustível fóssil, ele também traz muito pouco benefício para a economia do país, gera muito pouco emprego”, avalia.    
Com o aquecimento do planeta, a floresta corre o risco de entrar em um círculo vicioso de destruição e emissão de gases de efeito estufa, revela o cientista: “Na medida em que se começa a esquentar na Amazônia, morrem muitas as árvores. Com o aumento da temperatura, as árvores também precisam de mais água, e aí aumentam os problemas de incêndio. Além disso, esquenta-se o solo, que começa a liberar carbono. As grandes secas que houve na Amazônia, como a que aconteceu em 2005, tendem a aumentar.”    

Falta de água
          Ainda que o desmatamento e as queimadas não liberassem gases de efeito estufa, a transformação da floresta em pastos ou plantações poderia mudar radicalmente o regime de chuvas. Fearnside explica que grande parte das chuvas do Centro-sul do Brasil são causadas por ventos que trazem vapores da mata no Norte. “Se transformarmos a floresta em pastagens, as chuvas cairão lá (na Amazônia) e irão direto para o oceano. A água não será mais evaporada”, revela.    
Além da falta de água potável – problema que já afeta periodicamente a cidade de São Paulo – a diminuição das chuvas também acarretaria na falta de energia. “No Centro-sul há muitas barragens, que geram energia para o Brasil. Essas hidrelétricas enchem em poucas semanas. Se falharem as chuvas nessas semanas críticas, as represas não enchem pelo resto do ano.”, alerta o pesquisador.

O que é Agroecologia?


O conceito de agroecologia quer sistematizar todos os esforços em produzir uma proposta de agricultura abrangente, que seja socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável; um modelo que seja o embrião de um novo jeito de relacionamento com a natureza, onde se protege a vida toda e toda a vida. Nesta visão se estabelece uma ética ecológica que implica no abandono de uma moral utilitarista e individualista e que postula a aceitação do princípio do destino universal dos bens da criação e a promoção da justiça e da solidariedade como valores indispensáveis.
Na agroecologia a agricultura é vista como um sistema vivo e complexo, inserida na natureza rica em diversidade, vários tipos de plantas, animais, microorganismos, minerais e infinitas formas de relação entre estes e outros habitantes do planeta Terra. Não podemos esquecer que a agroecologia engloba modernas ramificações e especializações, como: agricultura biodinâmica, agricultura ecológica, agricultura natural, agricultura orgânica, os sistemas agro-florestais, permacultura, etc.
Bom, mas apenas saber os vários conceitos do termo agroecologia, a partir de vários estudiosos, não significa que você está pronto para adotar as práticas agroecológicas. Fazer agroecologia é apenas uma fase posterior ao processo Sentir Agroecologia e Viver Agroecologia no coração, compreender a vida a partir de um organismo vivo, seja ele planta, animal ou próprio ser humano. Apreender as relações conjuntas e apreender que o planeta terra não é o lugar do qual vivemos, e sim, no qual vivemos.

sábado, 6 de agosto de 2011

Onda de calor no hemisfério Norte acelera degelo no Ártico.

A onda de calor que atingiu o hemisfério Norte neste ano acelerou o degelo sazonal do Ártico. Cientistas americanos alertam que a região pode ter em 2011 a menor extensão de gelo marinho já registrada.
Segundo o NSIDC (Centro Nacional de Dados de Gelo e Neve dos EUA), o gelo marinho no oceano Ártico está “a caminho de ficar abaixo do nível de 2007″, quando bateu seu recorde.
Naquele ano, a Passagem Noroeste, que liga o Atlântico ao Pacífico pelo norte do Canadá, foi aberta pelo degelo pela primeira vez em séculos.
A passagem ainda não se abriu neste ano. Mas no último domingo a área coberta pelo gelo marinho era de 7,56 milhões de quilômetros quadrados, quase 3 milhões de quilômetros quadrados inferior à média 1979-2000.
“A extensão está menor nesta época do ano em 2011 do que em 2007.  Um sinal positivo é que há mais gelo marinho espesso (menos propenso a derreter) neste ano. “No entanto, relata-se que as temperaturas no Ártico estão relativamente altas, e de fato poderemos ter um novo recorde de redução do gelo permanente neste ano.”
Em julho, o Ártico tem perdido a cada dia uma área maior que a do Estado de Pernambuco em sua cobertura de mar congelado.
Isso se deve às temperaturas anormais: o polo Norte está de 6ºC a 8ºC mais quente que o normal neste mês. No litoral da Sibéria, elas estão de 3ºC a 5ºC maiores que o normal.
Pulso – O gelo marinho no Ártico tem um “pulso anual”: ele atinge sua extensão máxima na primavera, em abril, e sua mínima em setembro, no outono. O aquecimento do planeta tem causado mais degelo no verão e menos recongelamento no inverno.
O gelo e a neve refletem 90% da radiação solar de volta para o espaço. O mar exposto pelo derretimento do gelo marinho, por outro lado, aumenta a absorção de radiação, elevando ainda mais a temperatura, porque é mais escuro. É por isso que o aquecimento global é mais grave no Ártico do que no resto do mundo.
O recorde de 2007 só não foi batido então por causa de uma onda de frio no começo da primavera, que deu esperança aos cientistas de que 2011 não fosse ser tão ruim.
Mas o degelo começou mais cedo na primavera – dependendo da região, até dois meses mais cedo, segundo o NSIDC -, formando poças d’água que aumentam ainda mais o derretimento.

OMS: pelo menos 2 milhões de pessoas morrem por ano no mundo por causa de água contaminada.


Brasília – Pelo menos 2 milhões de pessoas, principalmente crianças com menos de 5 anos de idade, morrem por ano no mundo devido a doenças causadas pela água contaminada. Porém, os problemas podem ser evitados por meio de políticas públicas eficientes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para os especialistas, o ideal é adotar um plano de gestão de água potável de qualidade.
O coordenador de Água, Saneamento, Higiene e Saúde da OMS, Robert Bos, destaca que os males causados pela água contaminada atingem países desenvolvidos e em desenvolvimento. “Isso deixa claro que a maioria desses [problemas] poderia ter sido evitada por meio da implementação dos planos de segurança em água.”
A OMS dispõe de um plano denominado Planejamento de Água Saudável, que define uma mudanças na gestão da água potável em vários países. A idéia é incluir procedimentos de segurança para assegurar a qualidade da água usada na alimentação e orientações à população. Também há recomendações sobre os riscos envolvidos.
De acordo com o estudo, é necessário que as autoridades estejam atentas às mudanças climáticas, que provocam alterações de temperatura da água, e às ameaças de escassez do produto. Há, ainda, a preocupação com o controle no uso de substâncias químicas para o armazenamento de água potável.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Rio+20 vai discutir novo paradigma de desenvolvimento econômico.

Vinte anos depois da Rio 92, ambientalistas do mundo inteiro vão voltar ao Brasil para um novo encontro da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre meio ambiente, a Rio+20, entre 28 de maio e 6 junho de 2012. Mas, desta vez, as discussões devem ir além das questões ambientais, na avaliação do diretor executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado, que participou do encontro há 20 anos e vai estar na reunião do Rio em 2012.
“Diferentemente da Rio 92, a conferência deixa de ser reunião ambiental para discutir um novo paradigma de desenvolvimento econômico”, avalia.
Mais que um balanço da implementação de compromissos estabelecidos na conferência de 1992 – como a Agenda 21 e a criação das convenções-quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas e Biodiversidade – a Rio+20 vai tentar avançar na proposta de uma economia verde, que concilie crescimento econômico com baixas emissões de carbono.
“Essa discussão de integrar meio ambiente e desenvolvimento já é atrasada, todo mundo sabe o que é preciso fazer. A questão é como definir essa estratégia de desenvolvimento que tenha uma economia de baixo carbono, com justiça, com governança e com sustentabilidade.”
A Rio+20 também poderá ser uma oportunidade para tentar avançar em discussões travadas em outros fóruns, mesmo que em negociações informais. A construção de um novo acordo internacional sobre redução de emissões de gases de efeito estufa, por exemplo, não tem avançado nas últimas conferências sobre mudanças climáticas, e a ONU ainda está longe do consenso sobre um novo mecanismo para suceder o Protocolo de Quioto. Para Furtado, durante a Rio+20, os negociadores internacionais poderão criar as bases de novo acordo, mesmo que a formalização fique para depois, durante a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas.
“Pelo fato de não ser o foro oficial, pode haver um diálogo maior em que a sociedade, empresas e grupos acadêmicos também estejam envolvidos. A Rio+20 pode ser uma oportunidade de montar uma estratégia e um compromisso que poderiam ser efetivados oficialmente numa reunião da convenção-quadro”, explicou. “A Rio+20 poderia fazer o papel de ponte entre onde nós estamos e onde podemos chegar.”
Duas décadas depois da Rio 92, o movimento ambientalista ganhou força e as discussões sobre o futuro do planeta não estão mais restritas a organizações não governamentais ou grupos acadêmicos, o que também fará da Rio+20 uma conferência diferente da anterior. “O debate ainda era bastante restrito no universo ambiental. Hoje a comunidade ambientalista é muito maior, porque ser ambientalista também é ser um ator social, ser cidadão”, compara o diretor do Greenpeace.
Outra novidade será o papel da internet e das redes sociais, que poderão ampliar os limites da conferência para muito além do Rio de Janeiro e permitir que cidadãos do mundo inteiro acompanhem os debates e cobrem ações concretas de seus representantes na definição de novos compromissos para o desenvolvimento sustentável. “Não podemos mais ser apenas expectadores. A Rio+20 é, por um lado, a oportunidade de cobrar soluções que a gente sabe que existem, mas que não avançam por falta vontade política; e de outro, de envolver novos atores no debate. A mudança vai exigir ações não só dos governos, mas das empresas, da sociedade”, avalia Furtado. 

Novo paradigma de desenvolvimento econômico, é extremamente necessário e urgente para o PLANETA, mas será que para os grandes capitalistas consumistas?

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Para Refletir

Fala-se muito em deixar um planeta melhor para nossos filhos, e nisso eu até concordo, mas acredito também que devemos deixar filhos melhores para o nosso planeta.


Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe o exemplo vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive.

Qual é a sua opinião?

Águas Urbanas

O desenvolvimento das cidades sem um correto planejamento ambiental resulta em prejuízos significativos para a sociedade. Uma das conseqüências do crescimento urbano foi o acréscimo da poluição doméstica e industrial, criando condições ambientais inadequadas.

O sistema urbano típico de uso da água apresenta hoje um ciclo imperfeito. A água é bombeada de uma fonte local, é tratada, utilizada e, após, retorna para o rio ou lago, para ser bombeada novamente. Mas a água que é devolvida raramente tem as mesmas qualidades que a água receptora (ou a água original, como foi extraída da natureza). Sais, matéria orgânica, calor e outros resíduos que caracterizam a poluição da água são agora encontrados.

O desenvolvimento das cidades sem um correto planejamento ambiental resulta em prejuízos significativos para a sociedade. Uma das conseqüências do crescimento urbano foi o acréscimo da poluição doméstica e industrial, criando condições ambientais inadequadas e propiciando o desenvolvimento de doenças, poluição do ar e sonora, aumento da temperatura, contaminação da água subterrânea, entre outros problemas.

O desenvolvimento urbano brasileiro concentra-se em regiões metropolitanas, na capital dos estados e nas cidades pólos regionais. Os efeitos desta realidade fazem-se sentir sobre todo aparelhamento urbano relativo a recursos hídricos, ao abastecimento de água, ao transporte e ao tratamento de esgotos cloacal e pluvial.

À medida que a cidade se urbaniza, geralmente ocorrem os seguintes impactos:

  • Aumento das vazões máximas.
  • Aumento da produção de sedimentos devido à desproteção das superfícies e à produção de resíduos sólidos (lixo).
  • Deterioração da qualidade da água, devido à lavagem das ruas, ao transporte de material sólido e a ligações clandestinas de esgoto cloacal e pluvial.

Além destes impactos, ainda existem os causados pela forma desorganizada da implantação da infra-estrutura urbana: pontes e taludes de estradas que obstruem os escoamentos, redução da secção do escoamento de aterros, deposição e obstrução de rios, canais e condutos de lixos e sedimentos, projetos e obras de drenagem inadequados.

As enchentes em áreas urbanas são causadas por dois processos (isolados ou de forma integrada):

  • Enchentes causadas pela urbanização: o solo é ocupado com superfícies impermeáveis à rede de condutos de escoamento.
  • Enchentes em áreas ribeirinhas (naturais): o rio ocupa seu leito maior, de acordo com eventos extremos, com tempo de retorno, em média, de 2 anos.

As medidas de controle de inundações podem ser classificadas em estruturais, quando o homem modifica o rio: obras hidráulicas, como barragens, diques e canalização; e em não estruturais, quando o homem convive com o rio: zoneamento de áreas de inundação, sistema de alerta ligado à defesa civil e seguros. No Brasil, não existe nenhum programa sistemático de controle de enchentes que envolva seus diferentes aspectos. O que se observam são ações isoladas por parte de algumas cidades

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Informe diz que Banco Mundial contribui para o caos climático

Um novo informe publicado pela organização Amigos da Terra Internacional durante as negociações da ONU sobre o clima, que estão acontecendo esta semana em Bonn, denuncia que o Banco Mundial investe cada vez mais em combustíveis fósseis e promove falsas soluções empresariais frente as mudanças climáticas, tais como o comércio de carbono, que aprofundam, ao invés de mitigar, as atuais crises ambientais.
O informe mostra como o Banco investe cada vez mais em combustíveis fósseis, o que induz países como Índia e África do Sul a depender cada vez mais do carvão mineral. Segundo o documento, em 2010, o Banco bateu um novo recorde em matéria de financiamento para combustíveis fósseis (6,6 bilhões de dólares no total), o que representa um aumento de 116% com respeito a 2009. Desse total, 4,4 bilhões de dólares foram investidos em projetos associados ao uso de carvão, o que também significou um aumentos recorde de 365% com respeito ao ano anterior.
O braço do Banco Mundial para o setor privado, a Corporação Financeira Internacional (CFI), aprovou empréstimos de 450 milhões de dólares para a central de energia elétrica a carvão de 4.000 MW de Tata Mundra em Gujarat, na Índia, que emitirá 25,7 milhões de toneladas anuais de CO2 durante 25 anos ou mais.
Em abril de 2010, o Banco Mundial aprovou um volumoso empréstimo de 3.750 milhões de dólares, a maior parte dos quais se utilizará para financiar a central a carvão de Medupi de 4.800 MW que está construindo a Eskom, a empresa estatal de energia elétrica da África do Sul. A África do Sul é hoje em dia responsável por 40% de todas as emissões de gases de efeito estufa da África, e este empréstimos lhe agregará ainda mais emissões.
Enquanto outorga empréstimos sumamente insustentáveis em todo o mundo, o Banco está procurando assegurar-se um papel influente no novo Fundo Verde para o Clima da ONU e nos mecanismos para reduzir as emissões derivadas do desmatamento e de degradação das florestas (REDD).
O Coordenador do Programa de Justiça Econômica de Amigos da Terra Internacional, Sebastián Valdomir, disse: “O Banco Mundial é parte do problema climático, não de sua solução. Seus conflitos de interesses e seus péssimos antecedentes sociais e ambientais deveriam servir para desqualificá-lo automaticamente de qualquer participação no desenho do Fundo Verde para o Clima e do financiamento para o clima em geral”.
O Banco Mundial é acusado de conflitos de interesses ao assumir a administração interina do Fundo Verde para o Clima e formar parte da Unidade de Apoio Técnico que está desenhando o fundo. Como conseqüência, o Banco estaria desenhando um fundo que supostamente deveria supervisionar suas próprias atividades.
A Amigos da Terra Internacional reclama que o financiamento para o clima provenha de aportes orçamentários e de outras fontes inovadoras que não estejam baseados nos mercados – tais como a taxação das transações financeiras – e que seu volume venha em proporção com o papel desproporcional que os países ricos tem na geração do problema das mudanças climáticas.
Amigos da Terra Brasil/Amigos da Terra Internacional. Data: 13/06/2011


domingo, 12 de junho de 2011

Consumo Consciente

           A humanidade já consome 25% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. Se os padrões de consumo e produção se mantiverem no atual patamar, em menos de 50 anos serão necessários dois planetas Terra para atender nossas necessidades de água, energia e alimentos. Esta situação já é refletida, por exemplo, no acesso irregular à água de boa qualidade em várias partes do mundo, na poluição dos grandes centros urbanos e no aquecimento global.
          Não é preciso dizer que esta situação pode dificultar a vida no planeta, inclusive da própria humanidade. A melhor maneira de mudar isso é a partir das escolhas de consumo. Todo consumo causa impacto (positivo ou negativo) na economia, nas relações sociais, na natureza e em você mesmo. Ao ter consciência desses impactos na hora de escolher o que comprar, de quem comprar e definir a maneira de usar e como descartar o que não serve mais, o consumidor pode buscar maximizar os impactos positivos e minimizar os negativos, desta forma contribuindo com seu poder de consumo para construir um mundo melhor. Isso é Consumo Consciente. Em poucas palavras, é um consumo com consciência de seu impacto e voltado à sustentabilidade.
          O consumidor consciente busca o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal e a  sustentabilidade, maximizando as conseqüências positivas deste ato não só para si mesmo, mas também para as relações sociais, a economia e a natureza. O consumidor consciente também busca disseminar o conceito e a prática do consumo consciente, fazendo com que pequenos gestos realizados por um número muito grande de pessoas promovam grandes transformações.
          O consumo consciente pode ser praticado no dia-a-dia, por meio de gestos simples que levem em conta os impactos da compra, uso ou descarte de produtos ou serviços, ou pela escolha das empresas da qual comprar, em função de seu compromisso com o desenvolvimento sócio-ambiental. Assim, o consumo consciente é uma contribuição voluntária, cotidiana e solidária para garantir a sustentabilidade da vida no planeta.

domingo, 5 de junho de 2011

RIO + 20

          A cidade do Rio de Janeiro será a sede da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2012. O encontro recebeu o nome de Rio+20 e visa a renovar o engajamento dos líderes mundiais com o desenvolvimento sustentável do planeta, vinte anos após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92). Serão debatidos a contribuição da “economia verde” para o desenvolvimento sustentável e a eliminação da pobreza, com foco sobre a questão da estrutura de governança internacional na área do desenvolvimento sustentável. A Rio+20 insere-se, assim, na longa tradição de reuniões anteriores da ONU sobre o tema, entre as quais as Conferências de 1972 em Estocolmo, Suécia, e de 2002, em Joanesburgo, África do Sul. www.mma.gov.br

O que esperar da Rio+20
Esperar grandes resoluções da conferência ainda é prematuro, segundo representantes da organização brasileira e especialistas. Por outro lado, não são descartados acordos políticos, que possam readequar os rumos das ações atreladas aos principais documentos originados à época, tais como: no caso das convenções, as repercussões a serem analisadas se estendem aos processos das COPs – Conferências das Partes, sendo que as mais recentes foram respectivamente a COP10, de Nagoya, em 2010 (Diversidade Biológica) e CO16 , no México, sobre o Clima. A conferência, em 2012, tratará do tema desenvolvimento sustentável e terá duas prioridades. “Uma é a economia verde no contexto da erradicação da pobreza. Ainda há uma discussão conceitual a respeito, por causa de diferenças de percepção entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Outro tema é o da governança internacional para o desenvolvimento sustentável”, ressaltam os organizadores.

O REAL PODER DA CONFERÊNCIA
A data da realização da Rio+20, no ano que vem, pode sofrer mudanças, como destacou Fernando Lyrio, do MMA. “Há várias propostas nesse sentido. Cogita-se datas entre abril e junho de 2012, mas a data deve ser referendada pela assembléia Geral das Nações Unidas, no segundo semestre deste ano”. Outro ponto a definir é o formato do evento: se será cúpula, ou seja, reunirá chefes de Estado, ou somente conferência. “O Brasil trabalha para que prevaleça a cúpula, que pode resultar em fortalecimento político”. Mas do ponto de vista prático, o assessor internacional do MMA explica que, com ou sem os chefes de Estado, as aprovações partem da figura institucional dos ‘países’.

Seja como for, qualquer decisão tomada na Rio+20 deverá ser baseada em consenso. “Apesar de ser uma coisa difícil, às vezes, é necessário, que se trabalhe no nível de ambições domésticas. Quando tem pressão da sociedade e da mídia, os países se sentem mais desejosos de ter resultados mais fortes e efetivos”, avalia o assessor internacional do MMA.
Não estão previstas novas convenções para a Rio +20 (como a da Diversidade Biológica e do Clima). Caso haja uma grande cúpula, espera-se a criação de um documento politicamente vinculante, que pode ser uma declaração, uma carta ou uma resolução. “No caso da Rio+10, por exemplo, foi estabelecido um plano. Em qualquer uma das circunstâncias, não se tira o peso do valor desses documentos”, ressalta Lyrio.

Mas, na verdade, pouco se conseguiu objetivamente desde a Rio-92, no tocante a reduzir os riscos futuros representados pelo aquecimento global de origem antropogênica, como conta Carlos Nobre, climatologista, Nobel da Paz, pelo IPCC – Painel Intergovernamental pelas Mudanças Climáticas, e conselheiro do Planeta, que assumiu, neste mês, o cargo de secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, do MCT – Ministério de Ciência e Tecnologia.

“As emissões globais de gases de efeito cresceram em mais de 40% em relação àquelas de 1992 e não há ponto de inflexão à vista. A Rio+20 pode ser uma nova oportunidade para conseguir um acordo multilateral, legalmente vinculante, para redução rápida das emissões globais, mas há ainda muitas pedras no caminho”, avalia.

Já na área da diversidade biológica, os especialistas destacam uma conquista importante da COP10, realizada em outubro de 2010, no Japão: a criação do Protocolo de Nagoya para a proteção da diversidade das espécies e dos recursos genéticos do planeta, ou seja, contra a biopirataria.

Infelizmente o Brasil está se preparando mal para o evento, acontecem poucos fóruns de discussões, pequena parcela da população está sabendo da importância Conferência e nas últimas semanas estamos dando exemplos negativos como o Código Florestal e Assassinatos de líderes ambientalistas no Pará. Estarei postando algumas reportagens referentes à RIO+20 neste mês de junho, ABRAÇOS pessoal.

Praias no Ceará devem desaparecer em dez anos, diz estudo

Icarí
Pelo menos quatro praias do litoral cearense deverão desaparecer nos próximos dez anos. Essa é a conclusão de uma série de estudos de pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar, da Universidade Federal do Ceará, que concluíram que o Atlântico tem avançado a impressionantes dez metros por ano.
O aumento do volume dos oceanos e o consequente avanço sobre áreas litorâneas não é exclusividade do litoral cearense. Inúmeras praias do Nordeste têm sofrido com a erosão causada pelas ondas. Os pesquisadores do Labomar, contudo, conseguiram quantificar esse avanço e perceberam que, para além das mudanças climáticas, as intervenções do homem tornam esse quadro muito mais graves.
 “As mudanças climáticas têm feito com que o mar aumente de volume 40, 60 centímetros por século, causando avanço do mar de 4 a 6 metros nesse mesmo período, o que é muito pouco diante do que estamos vendo em certas localidades”, disse o geólogo Luís Parente, doutor em Ciências do Mar pela Universidade de Barcelona e professor do Instituto. Ele divulgou o resultado desses estudos nessa semana, num debate na Assembleia Legislativa do Ceará.
 As praias onde têm acontecido maior avanço do mar são as de Barreira (Icapuí), Caponga (Cascavel), Icaraí (Caucaia) e Morgado (Acaraú). A situação é tão grave que em abril a prefeitura de Cascavel decretou situação de emergência por causa da violência das ondas, que destruíram parcialmente barracas de praia e casas de veraneio.
Em todas essas localidades, os prejuízos financeiros só aumentam. E as soluções tomadas, como o uso de pedras para contenção do mar, têm sido insuficientes. “A saída seria construir novos quebra-mares nessas localidades, mas os custos são inviáveis: R$ 1 milhão para cada 100 metros”, disse Parente. “Como a situação é irreversível, o mais sensato é remover a população dessas localidades e deixar o mar tomar o espaço de que precisa.”
Entre as intervenções humanas que geraram o aumento do volume do mar nessas localidades está a construção de portos, quebra-mares, aterros – feitos também para corrigir e prevenir a erosão causada pelas ondas em outras praias. Tudo realizado com estudos de impacto ambiental, mas que não previram as possíveis consequências para as áreas vizinhas a tais obras.
A explicação para esse tipo de reação do mar é que, ao ter sua rota modificada em determinado ponto do litoral, por exemplo com a instalação de um píer para atracar embarcações, as correntes marítimas buscam se adaptar, mas gastando a mesma energia e força de antes. Com isso, o fluxo contido de um lado recai sobre outro ponto, que passa a sofrer com uma erosão mais intensa.
A natureza, porém, também tem sua parcela de culpa. Segundo Parente, estudos financiados pela Unesco já mostram que a subida do nível do mar leva também ao aumento da velocidade dos ventos. Com rajadas mais fortes, a força das ondas aumenta exponencialmente. E, no Brasil, o efeito dessa aceleração dos ventos deverá ser sentido, sobretudo no Nordeste

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Inovações tecnológicas são necessárias, mas não suficientes para combater o aquecimento global.

Sem dúvida, as tecnologias podem contribuir no combate ao aquecimento global. O risco, no entanto, é de uma acomodação no sentido de se pensar que as novas tecnologias mais sustentáveis vão permitir manter o modelo de consumo atual. Ao pensar assim, esquecemos que as mudanças climáticas são um entre vários problemas ambientais que tornam insustentável a sociedade atual, sem falar nos problemas sociais, econômicos e individuais.
Se, por um lado, é muito bom que se desenvolvam tecnologias mais sustentáveis, as mesmas devem ser tomadas como medidas de transição durante o processo de transição para um novo consumo, um consumo diferente, um novo estilo de vida, em que a sociedade como um todo deverá caminhar na direção dos produtos duráveis mais que os descartáveis, para o local mais do que o global, para o uso compartilhado de produtos mais do que o individual, para o virtual mais do que o material, para o intangível mais do que o tangível, para a qualidade mais do que a quantidade, para o necessário substituindo o desperdício, para a moderação substituindo o excesso.
São mudanças profundas que exigem tempo e implicam em uma mudança de cultura, que, por definição, exigirá tempo da sociedade. Para isso, será preciso educar as crianças e os jovens para o consumo consciente e a sustentabilidade, será preciso continuar a sensibilização e a mobilização dos adultos para esse novo modelo de consumo. Esse novo modelo deverá ser apreciado e valorizado pela sociedade, sob pena de não se manter a mudança necessária nos comportamentos de consumo.
O mero uso das tecnologias reforça a inércia dos hábitos atuais, à medida que elas permitem agir exatamente da mesma maneira em nosso consumo com menor uso de recursos naturais, energia e água. No entanto, dado que já consumimos hoje 35% a mais do que a Terra consegue renovar, e que 25% da humanidade consome mais do que o necessário, enquanto 75% consome o mínimo necessário ou abaixo desse mínimo, apenas a mudança no modelo de consumo permitirá a inclusão no mercado de consumo das enormes populações que a ele hoje não tem acesso.
Reproduzir os atuais padrões de consumo, usando tecnologias sustentáveis, não permitirá que o grande problema social de inclusão de toda a humanidade em um modo digno de vida possa ser resolvido. Talvez até mesmo se resolva a questão do aquecimento global, o que não parece provável, mas certamente o mundo se deparará com outros limites naturais e sociais. Melhor começar a mudança mais cedo e não mais tarde, conscientizando as pessoas para o poder e o impacto social e ambiental de seus atos de consumo, e buscando fazer com que um novo modelo de consumo seja gradualmente introduzido e valorizado pela sociedade. Um modelo onde se consome para viver e não se vive para consumir

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Relações entre sociedade - ambiente - economia

Pessoal, observem o gráfico abaixo e tirem suas conclusões e reflitam.
É necessário vivenciarmos a SUSTENTABILIDADE hoje.
Todos os dias somos desafiados entre optar pelas necessidades do Ser e a busca do Ter. Vivemos um eterno dilema sobre o que é justo e necessário e, o que é dispensável e excessivo. Quais são os nossos valores? Quais são as nossas referências? Mergulhados no vazio da vida contemporânea, percorremos um longo caminho e constamos: há uma grande crise em relação à existência humana na Terra. A sociedade contemporânea.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Cuidar é a melhor forma de preservar

No dia 05 de junho comemora-se o dia do meio ambiente.
A criação da data foi em 1972, em virtude de um encontro promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), a fim de tratar assuntos ambientais, que englobam o planeta, mais conhecido como conferência das Nações Unidas.
A conferência reuniu 113 países, além de 250 organizações não governamentais, onde a pauta principal abordava a degradação que o homem tem causado ao meio ambiente e os riscos para sua sobrevivência, onde a diversidade biológica deveria ser preservada acima de qualquer possibilidade.
Nessa reunião, criaram-se vários documentos relacionados às questões ambientais, bem como um plano para traçar as ações da humanidade e dos governantes diante do problema.
A importância da data é devido às discussões que se abrem sobre a poluição do ar, do solo e da água; desmatamento; diminuição da biodiversidade e da água potável ao consumo humano, destruição da camada de ozônio, destruição das espécies vegetais e das florestas, extinção de animais, dentre outros.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Carta da Terra (fragmentos)


Estou reformulando o blog, pretendo debater apenas questões ambientais. Começo destacando uma parte da Carta da Terra. A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação.  ABRAÇOS.

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.
TERRA, NOSSO LAR
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A SITUAÇÃO GLOBAL
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

DESAFIOS FUTUROS
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas.

RESPONSABILIDADE UNIVERSAL
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada". Leonardo Boff.