quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Educação Ambiental: Objetivos e Importância




Autora: Regina Brito 
Instituto Caranguejo de Educação Ambiental




A Educação ambiental destina-se a desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas para a preservação do meio ambiente. Surgiu devido às necessidades que não estavam sendo plenamente atendidas pela educação formal tradicional. Dessa forma, a educação deveria incluir conhecimentos, valores, capacidades e responsabilidades, construindo e incentivando as relações éticas entre as pessoas e a vida no planeta.
De acordo com Suzana Pádua, doutora em educação ambiental e presidente do Instituto Ipê, a educação ambiental é um conceito em construção, que evoluiu e hoje demonstra ser um campo maduro. Afirma ainda que “quando surgiu parecia uma panacéia para a salvação de todos os problemas ambientais. Depois, caiu em descrédito, muito por conta de iniciativas isoladas que não eram avaliadas quanto à sua efetividade no responder dos problemas ou temas a que havia se proposto solucionar. Hoje, já existe no Brasil e no mundo uma massa crítica, ou seja, um grupo considerável de educadores ambientais que tratam a área com seriedade, profundidade e com bases teóricas bem formuladas”.
Existe, no Brasil, uma lei específica para a educação ambiental: é Lei número 9.795 de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a Educação ambiental e institui a política nacional de educação ambiental.
No dia 5 de junho comemora-se o “Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia” e no dia 15 de outubro, além de comemorar-se o Dia do Professor, também é o “Dia do Educador Ambiental”.
Os seis principais objetivos da educação ambiental são:
- Promover a aquisição de conhecimentos para a compreensão da estrutura do ambiente que surgem comportamentos e atitudes que os tornam compatíveis com a melhoria das condições de vida com respeito e preservação do meio ambiente do ponto de vista da solidariedade global para aqueles que vivemos na terra e para as gerações futuras.
– Promover a compreensão das interdependências, que permite a consciência política e ecológica do nosso estilo de vida tem impacto sobre outros ecossistemas e as vidas das pessoas que ali vivem e desenvolvem um senso de responsabilidade.
- Para alcançar as mudanças necessárias nas estruturas de gestão de formulários, e análise de questões relativas ao meio ambiente que permitam uma. Coerente e coordenada das diversas políticas setoriais a nível regional, nacional e internacional
- Para ajudar a descobrir os valores que fundamentam as ações tomadas em relação com o meio ambiente.
- Promover a participação social e tomada de decisão tanto política eficaz para exigir a preservação e melhoria do ambiente e das comunidades.
- Entre em aplicações educacionais e não-formais de educação ambiental como uma dimensão curricular das disciplinas processo de integração para permitir uma análise crítica do meio em todas as suas plenitude e complexidade.
Assim, a Educação ambiental é uma integral, sistemática e contínua formação, informação e formal, não formal e informal, com base no respeito por todas as formas de vida, pelo qual as pessoas, individual e coletivamente, tomar consciência e assumir a responsabilidade para o ambiente e seus recursos através da aquisição de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e motivações que tornam mais fácil para compreender as inter-relações complexas dos envolvidos ecológica, econômica, social, político, cultural, ética e estética no meio ambiente.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Acordo de Paris fecha ciclo iniciado na Eco-92, mas ainda precisa ser ratificado. Precisamos ficar atentos principalmente na Câmara dos Deputados do Brasil

O primeiro acordo global sobre clima, aprovado no dia 12 de dezembro na 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Paris, encerrou um ciclo iniciado na Eco-92 – a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, quando foi estabelecida essa convenção. O acordo entra em vigor em 2020, mas, para passar a valer, precisa ser ratificado, até 22 de abril de 2016, por pelos menos 55 países responsáveis por 55% das emissões de gases de efeito estufa.
“Ele é legalmente vinculante, não é mera declaração política e cada país vai ratificar. O grande perigo seria os grandes emissores não ratificarem: China, Estados Unidos e União Europeia. A chance dos Estados Unidos não ratificarem existe por causa da força republicana[Partido Republicano] no Congresso daquele país”, disse o superintendente de Políticas Públicas e Relações Externas do WWF-Brasil, Henrique Lian.
O novo acordo substitui o Protocolo de Quioto e, para o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink, ele será ratificado porque foi muito discutido em Paris e todos os países foram contemplados. “Paris foi essa virada, para nós e para essas gerações que vêm por aí. Aqui a coisa ficou mais integrada e esses espírito não vamos perder. É uma conjunção e, além disso, tem a sociedade cobrando”, disse.
Entretanto, segundo Klink, as metas de redução de emissões não são legalmente vinculantes, porque muitos países têm dificuldades. “No caso dos Estados Unidos, se isso vincula, o Congresso não iria aprovar, faz parte da negociação. Na parte vinculante estão as contribuições individuais, a questão de transparência, a relatoria e a questão de não voltar atrás. Isso foi um avanço espetacular”, disse o secretário.
A COP21 foi considerada um sucesso pela maioria dos participantes e o texto do Acordo de Paris, apesar de algumas fragilidades, foi considerado como muito bom, entendendo que foi uma negociação multilateral entre todos os membros da convenção: 195 países e a União Europeia. O objetivo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa e manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2 graus Celsius (ºC) em relação aos níveis pré-industriais, garantir esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC. Assim, de acordo com os especialistas, será possível frear o aquecimento global e combater os efeitos das mudanças climáticas.
O superintendente do WWF-Brasil explica que a COP21 foi bem preparada e conduzida, porque os países apresentaram antes suas Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas (INDCs) e as negociações já partiram de uma proposta de acordo. Além disso, foi aplicada uma metodologia de colocar todos à mesa de negociação.
Entre os pontos positivos do acordo, Lian cita a meta de a temperatura do planeta ficar abaixo de 2ºC, o compromisso de estender o financiamento de US$ 100 bilhões até 2025, o estabelecimento de uma revisão periódica das metas, a cada cinco anos, e a incorporação de perdas e danos, uma compensação para os países pobres mais afetados por mudanças do clima.
Por outro lado, para o especialista, o acordo é fraco quanto ao pico das emissões de gases de efeito estufa e quando não prevê como será o financiamento a partir de 2025. “Se somar a ambição das INDCs, já se sabe que o pico das emissões não será atingido antes de 2030 e pode ir bem a frente disso. Por último, perdas e danos entrou no texto, mas não diz quem contribui e com quanto contribui”, afirmou. “Mas aquilo que não resolveu, abriu caminho para resolver”, acrescentou.
A contribuição brasileira – Lian também elogiou a INDC brasileira. “É infinitamente superior ao de grandes emissores. A diferença é que a nossa mudança de processo produtivo em direção a uma economia de baixo carbono é mais barata e competitiva que dos grandes emissores. Nós não temos que mudar processos de base industrial, que tem um custo enorme, temos que mudar processos de extração e de agricultura. A base da nossa economia é de commodities e alimentos, nós vamos mais e melhor com menos água e energia, aumentamos a produtividade e o retorno do custo no longo prazo é maior que a mudança de uma produção de base industrial”, explicou.
Para o superintendente de Políticas Públicas e Relações Externas do WWF-Brasil, o momento é de pressionar a fim de que aquilo que foi acordado seja cumprido. “A economia fóssil tradicional já mostrou seu fracasso, temos novos ativos, como insolação, biomassa, biodiversidade. O Brasil ainda não transformou sua vantagem comparativa em vantagem competitiva”, disse Lian.
Segundo ele, a sociedade não está preparada, entretanto, os consumidores e investidores são atores chaves nesse processo. “É mais rápido trabalhar com os investidores. Esse acordo globaliza a responsabilidade, dá um sinal positivo para as boas empresas e elas querem essa segurança jurídica de que podem investir. Já o consumidor precisa de conscientização, o que, a meu ver, está andando com muita lentidão”, afirmou.
Já o secretário Carlos Klink entende que houve uma construção forte da INDC do Brasil, com níveis de decisão política, empresarial, da academia e sociedade civil. “A construção está muito bem resguardada de capacidade de engajamento e resposta. [O acordo] está mexendo com a maneira que pensamos progresso, desenvolvimento, tecnologia e financiamento, deixou de ser projeto demonstrativo”, disse.

(Fonte: Agência Brasil)