terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio de nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida.



segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A cidade que temos. A cidade que queremos (Planeta Sustentável)


Professora de Geografia em uma escola de Rondônia, Telma Oliveira Medeiros incentivou os alunos a elaborarem propostas de melhoria para o município de Ariquemes, onde vivem. O trabalho escolar foi um sucesso e acabou sendo apresentado à comunidade no auditório do Ministério Público Municipal.


Refletir sobre o desenvolvimento sustentável na prática era o objetivo da professora Telma Oliveira Medeiros quando propôs ao 9º ano da EE Heitor Villa-Lobos, em Ariquemes, a 198 quilômetros de Porto Velho, que elaborasse propostas de melhoria para o município. Assim, ela trabalhou os conteúdos previstos para essa etapa, como turismo ecológico, cidades e hábitos de consumo mundializados, além dos objetivos de desenvolvimento do milênio da Organização das Nações Unidas (ONU) com base na geografia local. Também discutiu dois conceitos indissociáveis – economia e meio ambiente. “Fala-se muito sobre a importância de desenvolver o planeta do ponto de vista econômico, mas ao mesmo tempo colocamos na cabeça das crianças que é preciso preservá-lo. Isso cria um nó. A solução é apresentar o conceito de sustentabilidade”, explica André Mascaro Peres, professor de Geografia do Colégio Ítaca, em São Paulo.
A professora iniciou o projeto apresentando vídeos da coleção Patrimônios da Humanidade, da Unesco, que retratam iniciativas sustentáveis realizadas por algumas cidades europeias. Assim, ela pretendia mostrar possibilidades reais de mudança, fazendo com que os alunos percebessem que se trata de algo que depende de pequenas e grandes ações. Após a apresentação, eles discutiram sobre o que tinham observado. “A ideia era sair dos exemplos europeus que vimos nos vídeos e começar a pensar no nosso entorno”, diz Telma.
A princípio, os jovens não acreditavam na possibilidade de adaptar os modelos a Ariquemes. “Ela nunca vai ficar assim!” ou “Ninguém gostaria de conhecê-la”, lamentavam.
Em seguida, Telma levou os estudantes ao laboratório de informática, onde tiveram acesso a textos sobre desenvolvimento sustentável, turismo ecológico e os objetivos de desenvolvimento do milênio da ONU. Também leram trechos do livro didático. Com base nas pesquisas, todos fizeram anotações e produziram textos individuais sobre o que tinham entendido a respeito do conceito de sustentabilidade.

Na próxima etapa, a classe fez uma mesa-redonda para socializar suas descobertas. À medida que todos apresentavam as informações e discutiam, Telma estimulava paralelos entre o que tinha sido visto e a cidade, levando-os a refletir sobre os problemas locais. Ela perguntou, por exemplo, qual era a relação dos temas presentes nos textos, como coleta de lixo, tratamento da água, reciclagem e saúde, com a cidade.
A turma concordou que os assuntos tratados tinham tudo a ver com Ariquemes. Também ficou encantada com as possibilidades do turismo ecológico. “Quando os estudantes leram um artigo a respeito, começaram a pensar em alternativas. Algumas difíceis, mas possíveis”, explica a docente.
Nesse momento, é importante problematizar a viabilidade das ideias. “É possível fazer isso?”, “Como?” e “Que recursos financiariam nossas propostas?”. Essas perguntas levam a garotada a refletir sobre suas sugestões, considerando que as soluções nem sempre são simples ou dependem apenas da boa vontade das pessoas, mas também exigem a participação de outros agentes, como o governo.
A aula seguinte foi feita em parceria com a coordenadora de mídias da escola, Maria Cecília Correa de Andrade, que ministrou uma oficina sobre diagramação e publicação da revista digital em uma plataforma online.
ESTUDAR A REALIDADE LOCAL
Uma palestra com o promotor de Justiça foi organizada. Ele falou sobre a preservação da mata ciliar no município. A questão é muito debatida na região devido às novas leis de preservação. A vegetação nativa é a Floresta Amazônica e a economia, historicamente exploradora, se desenvolveu no ciclo da borracha e atualmente vive da extração de minérios e de madeira.
A agropecuária também é bastante presente na região, o que levou a mais desmatamento. “Estamos passando por um processo de aceitação dessa lei. Muita gente não admite preservar a vegetação, pois ainda tem aquela concepção tradicional de que área produtiva é floresta derrubada”, explica Telma.
Durante a palestra, os alunos entraram em contato com a legislação ambiental. “Assim, eles perceberam que havia muitas outras pessoas igualmente preocupadas em preservar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, com o desenvolvimento”, diz a professora.
Por fim, os jovens, divididos em grupos, passaram à formulação de suas propostas. O contraturno foi usado para reuniões e pesquisas em livros e na internet (o Planeta Sustentável é uma boa indicação).
Eles abordaram um leque variado de temas, como a construção de um aquário com peixes da região, a conscientização dos moradores para o uso adequado e o reaproveitamento da água, a implementação de cisternas para captação da chuva, a criação de áreas verdes e de lazer em terrenos abandonados e a preservação da mata nativa.
O grupo de Gabriela de Kassia Fogaça Rosário, 15 anos, escolheu repensar a coleta de lixo, sugerindo que a população fizesse a separação dos materiais em casa. Em Ariquemes, isso ainda não é uma prática disseminada. “A gente sempre ouve falar que tem de reutilizar o lixo, mas isso ainda não é feito.”
Na sala de informática, os grupos organizaram as propostas em slides, com a ajuda da professora e da coordenadora de mídias. Depois, realizaram uma apresentação, na qual a professora fez a primeira avaliação dos trabalhos. Todos receberam retorno do que deveria ser melhorado para a exibição final.
Nesse momento, vale problematizar formas de viabilizar cada proposta novamente. “Construir cisternas é fácil?”, “Como isso seria feito?”, “De que adianta separarmos o lixo em casa se a cidade não possui um programa de coleta seletiva?” e “Como faríamos para transformar os terrenos baldios em áreas de lazer?”, “O município compraria esses espaços?” e “Teria dinheiro para tanto?” são questões que contribuem para o debate.
Depois das correções, foi a vez de reunir os projetos e publicá-los na plataforma virtual. O material foi enviado ao promotor de Justiça, que sugeriu a apresentação dele no auditório do Ministério Público Municipal, com a participação de pais, professores, colegas e comunidade em geral. “Foi ótimo fazer isso. As autoridades puderam nos ouvir e conhecer nossas propostas”, comemora a estudante Gabriela. 

domingo, 8 de dezembro de 2013

Colégio público do Rio é certificado 1ª escola sustentável da América Latina.

Quase três anos depois de sua primeira aula, realizada em fevereiro de 2011, o Colégio Estadual Erich Walter Heine, no Rio de Janeiro, continua rendendo bons frutos. Além de possuir a segunda melhor média de rendimento escolar do Estado, a escola se tornou oficialmente a primeira instituição de ensino totalmente sustentável da América Latina, ao receber a certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), concedida pela organização internacional Green Building Council.
A escola foi construída em modelo de parceira pública-privada pela ThyssenKrupp CSA, o governo estadual e prefeitura do Rio de Janeiro, em um dos bairros com pior índice de desenvolvimento humano da cidade, Santa Cruz, situado na zona oeste.
A unidade, que desde a construção visou reduzir até 40% no consumo de energia, passou por uma série de inspeções que atestaram a eficácia das mais de 50 medidas voltadas para maximizar o aproveitamento dos recursos naturais e a eficiência energética. Foram investidos R$ 16 milhões no projeto.
Medidas – Além de energia solar e coleta seletiva, o Colégio Estadual Erich Walter Heine tem instalações que captam a água da chuva para ser usada nos sanitários, jardins e na limpeza da escola, com economia de 50% da água potável. As lâmpadas LED em todo o edifício reduzem em até 80% o consumo de energia.
O formato de catavento da construção e o telhado verde reduzem a temperatura, em uma região que facilmente ultrapassa 40ºC no verão. A unidade possui ainda uma área com uma piscina semiolímpica, com deck de madeira verde e borda revestida por um material que não absorve calor.

Outros destaques da escola são o eco-pavimento no estacionamento, feito com material permeável que permite a passagem de água e ar, evitando bolsões de água, e o telhado verde, que além da vegetação para diminuir a absorção de calor e reabsorver a água da chuva também é utilizado como espaço de aprendizagem. Por fim, a unidade é totalmente adaptada para receber pessoas com necessidades especiais, com portas mais largas, pisos táteis, rampas com pouca inclinação e inscrições em braile. (Fonte: Eco Desenvolvimento). 
A escola sustentável é uma realidade possível e essa é a 'batalha", a proposta do TEA para o Ensino formal e não-formal.
Veja mais no vídeo através do link: http://www.youtube.com/watch?v=XQ1ktLvulek 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

COP 19 decide que países preparem contribuições para cortar emissões.

Os países reunidos na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas decidiram na tarde deste sábado (23/11) que devem trabalhar, idealmente, até o primeiro trimestre de 2015 para costurar o novo acordo global que obrigará todos os governos a cortar emissões de gases-estufa e, com isso, reduzir os impactos das alterações do clima.
O texto aprovado em Varsóvia, na Polônia, propõe que os governos preparem “contribuições” sobre o que pretendem fazer para cortar gases-estufa em vez de “compromissos”. Essas contribuições serão integradas ao novo acordo global.
A proposta é considerada menos rigorosa, já que o texto apresentado ao longo dos últimos dias foi rejeitado por grandes países emergentes como a China e a Índia.
O debate tinha previsão de terminar nesta sexta-feira (22), mas se estendeu pela madrugada de sábado. Parte do texto foi aprovado pelos delegados por volta das 17h30, hora local.
O principal objetivo da conferência da ONU era iniciar o planejamento do novo tratado que vai substituir o Protocolo de Kyoto, criado em 1997 para obrigar nações desenvolvidas a reduzir suas emissões em 5,2%, entre 2008 e 2012, em relação aos níveis de 1990.
Ele terá que ser aprovado na COP 21, que vai acontecer em Paris em 2015. Por conta disso, os delegados tentavam colocar no papel ao longo da cúpula polonesa quais seriam os principais temas que o novo acordo englobaria.
A conferência de Varsóvia aprovou ainda a criação do mecanismo chamado “loss and damage” (perdas e danos). Na prática o instrumento diplomático força países ricos a financiar nações que já sofrem com os efeitos da mudança climática.
As delegações aprovaram também, por consenso, desbloquear o debate sobre financiamento a longo prazo das medidas contra a mudança climática, proposta apresentada em 2009 na COP 15, em Copenhague. Seu objetivo é criar um fundo de US$ 100 bilhões anuais após 2020, dinheiro proveniente das nações desenvolvidas e destinado a auxiliar países pobres.
COP conturbada – De acordo André Nahur, coordenador do programa de Mudanças Climáticas e energia da organização ambiental WWF, as decisões tomadas em Varsóvia não são suficientes para cumprir com a meta de frear a elevação da temperatura global a 2º C até 2100.
“Estamos em um contexto de emergência climática, em que é necessária mais do que contribuições dos países. São necessárias ações efetivas, ambiciosas e compromissos dos países para tentarmos reduzir o aumento contínuo de emissões e eventos extremos que continuam acontecendo com mais frequência”, explicou Nahur.
A conferência foi marcada por acontecimentos fortes, como a saída voluntária em massa das ONGs presentes, além da demissão do então ministro do Meio Ambiente da Polônia, Marcin Korolec, a dois dias do fim da cúpula das Nações Unidas. O próprio governo brasileiro reconheceu que o encontro “frustrou” possíveis resultados positivos.
O que foi aprovado na COP 19
- foi reforçado que novo acordo terá que ser aprovado em 2015;
- governos vão preparar contribuições sobre o que farão para cortar gases-estufa;
- aprovado mecanismo de perdas e danos, que força ricos a financiar nações que sofrem com o clima;
- desbloqueio do debate sobre financiamento a longo prazo;
- normas sobre financiamento de projetos voltados à proteção de florestas em países em desenvolvimento (Redd+).
O secretário nacional da Secretaria de Mudança do Clima e Qualidade ambiental, Carlos Augusto Klink, disse que o governo polonês teria causado certo “desconforto” ao substituir repentinamente o chefe da pasta ambiental e promover um megaevento voltado ao uso do carvão mineral concomitante à conferência do clima – que prega a redução do uso de combustíveis fósseis.
Acordo sobre florestas aprovado – Na sexta-feira, os negociadores concordaram com normas sobre financiamento de projetos voltados à proteção de florestas em países em desenvolvimento. As regras integram o mecanismo denominado Redd+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação).
A ferramenta diplomática abre caminho para investimentos de governos, órgãos de fomento e empresas privadas em ações para conter o desmatamento.
Pelas novas regras, o Fundo Verde para o Clima terá papel fundamental na arrecadar recursos a governos, que, por sua vez, terão de criar agências nacionais para supervisionar o uso do dinheiro. Os fundos irão para os países quando estes puderem provar que reduziram suas emissões de carbono sem prejudicar comunidades locais ou a biodiversidade.

Os países também concordaram com normas sobre como medir e verificar os cortes de emissões de projetos florestais. O desmatamento desempenha crescente papel nas negociações sobre o clima, porque a perda de florestas representa aproximadamente um quinto das emissões de gases do efeito estufa. 

domingo, 3 de novembro de 2013

Projeto Território do Brincar (Instituto Alana)


O Projeto Território do Brincar é um trabalho de escuta, intercâmbio de saberes, registro e difusão da cultura infantil.
Entre abril de 2012 e dezembro de 2013, a equipe do Projeto estará na estrada percorrendo o Brasil por comunidades rurais, indígenas, quilombolas, grandes metrópoles, sertão e litoral, revelando o país através dos olhos de nossas crianças.
Coordenado pela educadora Renata Meirelles e pelo documentarista David Reeks, o Território do Brincar tem seu foco nas sutilezas do brincar, nos gestos e palavras que apresentam a essência da infância de toda criança.
Os registros em filmes, fotos, textos e áudios serão disponibilizados nesse site conforme o decorrer do trajeto, e em futuras publicações e documentários criando, dessa forma, um diálogo sobre as nuances da infância brasileira.
Um trabalho que se amplia através da parceria com o Instituto Alana, escolas parceiras e apoiadores.

       
Território do Brincar deixa Tatajuba, no Ceará, com muitas invenções de jogos e brincadeiras para contar. Equipe segue agora para o Maranhão, para ver as brincadeiras de Bumba meu Boi.
Tatajuba foi a quinta região visitada pela equipe do Território do Brincar, no seu caminho de conhecer, explorar e registrar as brincadeiras e a cultura do brincar por todo o Brasil. E em Tatajuba não foi diferente: a equipe comprovou que criança gosta mesmo é de brincar e que a natureza está por aí para inspirar as brincadeiras e ser cenário, brinquedo, e companheira de jogos.
Nessa pequena comunidade do Ceará, são as areias das dunas que definem onde se pode plantar e criar animais, e o sol, tão quente que derrete as pessoas, que diz quando é hora de brincar e quando é hora de ficar em casa. Mas de noite também tem brincadeira, e é debaixo do céu estrelado que o Reisado, improvisado com máscaras de papelão e sapatos cortados ao meio, ganha as ruas de Tatajuba.
Lá, palha de coqueiro vira arminha para se brincar de polícia e ladrão, casca de coco vira pé de cavalo e carretel vazio vira carrinho, isso sem falar nos diferentes tipos de barquinhos e canoas. É barquinho feito de folha de coqueiro, de isopor, de timbauba que, para velejar, colocam a prova todos os saberes que esses meninos têm do jeito do mar e do movimento do vento – saberes vivenciados todos os dias nesse pedaço do litoral do Ceará.

Renata e David vão embora de Tatajuba levando muitas histórias e brincadeiras para contar, mas deixam também outros brinquedos que traziam na mala das regiões visitadas anteriormente, fazendo um verdadeiro intercâmbio de brincadeiras.

domingo, 13 de outubro de 2013

Seus alunos sabem o que é a logística reversa?




Mostre à turma que este processo pode ajudar a dar um "final feliz" para boa parte do lixo que produzimos todos os dias em nossas casas e na escola. 




Objetivos
- Conscientizar os alunos sobre a enorme quantidade de lixo produzida diariamente no mundo todo.
- Apresentar algumas possibilidades de redução na produção diária de lixo.
- Explicar o conceito de logística reversa.
Reciclagem
Conteúdos
- O problema do lixo nas grandes cidades.
- Política Nacional de Resíduos Sólidos.
- Logística reversa.
Anos
1º ao 3º ano.
Tempo estimado
Duas aulas
Materiais necessários
Sacos de lixo; cestos de lixo; cartolinas e material para confecção de cartazes; resíduos sólidos domésticos como garrafas PET, embalagens de xampu, caixas de pasta de dente etc; cópias dos textos de apoio disponíveis no item "Quer saber mais?" deste plano de aula.
Introdução
De acordo com informações do Ministério do Meio Ambiente, as cidades brasileiras produzem 161.084 mil toneladas de resíduos sólidos por dia. O grande problema do Brasil, contudo, não está apenas na quantidade de lixo produzida, mas na destinação dos resíduos. O que fazer com todo esse lixo? Vale lembrar que os dados oficiais mostram somente a quantidade de lixo produzida nas cidades, sem levar em consideração o que é produzido na zona rural, nem a destinação desses dejetos.
Um dos modos de destinação adequada dos resíduos sólidos é a chamada logística reversa (LR). O conceito, já difundido em diversos países, tem como eixo base fazer com que os resíduos retornem à sua cadeia produtiva. Ou seja, se um resíduo não pode ser reutilizado, ele pode ser destinado "ao seu ciclo produtivo ou para o de outra indústria". Como exemplo, podemos citar a devolução de garrafas, pilhas ou eletrodomésticos que não são mais utilizados para as fábricas que os produziram, para que elas deem a destinação adequada aos materiais ou reaproveitem alguns de seus componentes.
Este processo é importante, pois (1) diminui a demanda por novas matérias-primas, (2) evita um consumo ainda maior de energia para a preparação dessa matéria-prima e (3) diminui a quantidade de resíduo sólido depositado em lixões.
Por isso, vale trabalhar o tema com os seus alunos e conscientizá-los a respeito dos problemas urbanos e ambientais.

Desenvolvimento
1ª aula
Para trabalhar a questão do lixo com a sua turma é fundamental que os alunos compreendam, de início, o que é um resíduo sólido e saibam diferenciá-lo de outros tipos de resíduo. Nos primeiros momentos de contato com o lixo com uma abordagem ecológica, é importante que as crianças reconheçam que o meio ambiente não é representado apenas por um bosque, uma praia ou uma floresta. Os alunos devem perceber que também são parte da natureza e que tudo o que acontece no ambiente, seja bom ou ruim, vai afetá-los.
Comece a aula explicando à turma que o objetivo dos próximos encontros será tratar do problema do lixo. Conte que vocês irão discutir algumas soluções para a destinação desses resíduos. Em seguida, pergunte aos alunos se eles sabem dizer quantos cestos de lixo existem nas casas deles e, com base nessas informações, tentem estimar a quantidade de resíduos sólidos produzidos pelas crianças e suas famílias em um dia.
Depois de discutir quanto lixo produzimos, informe aos alunos que vocês vão tratar de um típico específico de lixo: os resíduos sólidos. Para explicar quais objetos fazem parte desse grupo, retome com os pequenos os conceitos de sólido, líquido e gasoso - os estados físicos da matéria. Quando as crianças aprendem esses conceitos, o principal exemplo usado nas aulas é o da água. Gelo, água líquida e o vapor de água são facilmente reconhecidos pelos alunos e é importante que os exemplos sejam concretos e façam parte da realidade das crianças. Por isso, o exemplo da água pode ser um ponto de partida para ampliar o conceito das crianças sobre materiais sólidos, incluindo o lixo.
Conte aos alunos que os resíduos sólidos são materiais que deixaram de ter uma utilidade prática para as pessoas. Eles se originam em casas, escolas, hospitais, indústrias e na construção civil e passam a ser considerados lixo depois que já serviram para alguma finalidade. Mas, isso não significa que tais materiais não possam ser mais utilizados. O objetivo da reciclagem ou do reuso desses materiais é justamente diminuir o impacto da geração desse tipo de lixo. Comente com as crianças que a destinação adequada dos resíduos sólidos é tão importante que ganhou uma legislação específica, a Política Nacional de Resíduos, que será tratada na próxima aula.
Para finalizar, ajude os alunos a identificar o lixo sólido em sua própria casa. Conte a eles que objetos como embalagens de alimentos e de brinquedos ou diversos tipos de materiais plásticos são exemplos de resíduos sólidos. Como lição, peça aos alunos que observem o lixo produzido em casa, façam uma lista do que consideram resíduos sólidos e tragam alguns desses resíduos para a próxima aula.
2ª aula
É recomendável que essa aula seja realizada no laboratório de Ciências ou em algum outro espaço da escola, fora da sala de aula, onde os alunos possam manipular os resíduos e possam lavar as mãos. Se for necessário, providencie luvas de borracha para evitar o contato direto com os resíduos.
Para complementar os resíduos trazidos de casa pelos alunos, você pode, previamente, separar alguns resíduos produzidos na escola. Em seguida, todos irão classificar o lixo segundo diferentes critérios - como cores, formato das embalagens, tipos de produto, material de que são feitas as embalagens etc. O lixo também pode ser separado de acordo com o local de origem - a casa dos alunos, a secretaria da escola, a biblioteca, a cantina ou as áreas de lazer.
Com base nessa separação você vai introduzir o conceito de logística reversa para a turma. Explique aos alunos que desde o ano passado, o tratamento dos resíduos no Brasil deixou de ser apenas uma boa prática para se tornar uma obrigação legal. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionado em agosto de 2010, exige que as empresas deem uma destinação ambientalmente correta para os seus produtos quando eles viram "lixo".
Conte que a logística reversa é um conceito bem amplo, previsto no PNRS, e que pode ser compreendida como o gerenciamento do fluxo dos produtos desde o seu ponto de venda (quando compramos uma geladeira, por exemplo) até o seu descarte (quando a geladeira estraga e a jogamos fora). Ou seja, a proposta do Plano Nacional de Resíduos é que as indústrias tenham o controle de todas as etapas para que encaminhem adequadamente os resíduos sólidos que produzem e fornecem aos consumidores.
Explique que existem várias empresas que diminuíram o tamanho das embalagens de seus produtos, sem afetar seu conteúdo, para gerar menos lixo (como algumas embalagens de amaciante e sabão em pó em que o líquido vem concentrado, por exemplo). Outras montam os equipamentos que comercializam pensando na facilidade que terão em desmontá-los para a reciclagem posteriormente. Também existem as empresas que reutilizam materiais ou empregam materiais reciclados na confecção de novos produtos.
Após a sua explanação, é hora de cuidar dos resíduos que foram classificados pela turma. Os alunos deverão, em conjunto, identificar qual será o destino desses resíduos. Pergunte à turma para onde todo o lixo separado poderia ser enviado. Se houver muitas embalagens de papel - o que é muito provável - sugira que elas poderiam ser destinadas a uma indústria de cadernos que faz capas de papel reciclado.
Ouça as opções de destinação dos resíduos sugeridas pelos alunos e complemente as hipóteses. Conte que garrafas PET têm sido amplamente destinadas para a indústria têxtil. Hoje já estão sendo fabricados tecidos a partir da fibra de garrafas PET. Existem municípios brasileiros que realizam a transformação do Politereftalato de etileno (o material de que são feitas as garrafas PET) em fibra para a confecção de roupas. As embalagens são compactadas e enviadas a usinas que trituram e transformam esse plástico em flocos para a confecção de filamentos de poliéster.
O principal intuito dessa atividade é fazer as crianças perceberem a importância do retorno das embalagens, utilizadas nessa aula, para a indústria de papel ou alguma outra indústria que minimize o impacto ambiental. No caso da indústria de papel, menos árvores serão utilizadas à medida que o papel for reciclado. Por outro lado, se a garrafa PET for utilizada para a confecção de roupas, pode-se economizar na produção de algodão e na produção de poliéster.
Para encerrar, pesquise que cooperativas ou empresas da sua cidade já recebem esses resíduos sólidos e proponha à turma o encaminhamento de todo o lixo separado, mostrando aos alunos qual será o destino final dos resíduos coletados.
Avaliação
Há inúmeras propostas de se avaliar o quanto as crianças entenderem desse assunto. Uma sugestão é propor um quadro com imagens de resíduos sólidos e pedir que as crianças classifiquem os diferentes tipos de lixo de acordo com critérios estabelecidos por você ou que associem as embalagens às destinações mais adequadas, de acordo com opções listadas por você. Outra forma de avaliar é fazer com que as crianças aprendam mais sobre a produção de lixo na escola. Juntos, vocês podem criar uma campanha de conscientização sobre a importância da separação dos resíduos que envolva toda a escola. Essa campanha pode incluir a separação dos resíduos sólidos em cestos de lixo apropriados e a confecção de cartazes com textos informativos sobre a reciclagem e a logística reversa, fixados nos murais da escola. O importante é que, ao final da sequência didática, as crianças compreendam o que é o processo de logística reversa e saibam diferenciar os resíduos sólidos de outros tipos de lixo.


Mesmo sem emitir CO2, mundo levará 20 anos para frear aquecimento, diz IPCC 2013.


Mesmo se o mundo inteiro parasse de emitir os gases de efeito estufa – grande causador das mudanças do clima, segundo os cientistas -, o planeta demoraria pelo menos mais duas décadas para frear o aumento das temperaturas.
Quem faz o cálculo é José Marengo, um dos pesquisadores brasileiros que trabalhou na formulação do Quinto Relatório de Avaliação, o AR5, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), ligado à ONU (Organização das Nações Unidas).
“Mesmo que a gente feche todas as indústrias hoje, nós vamos ter ainda décadas de aquecimento em uma inércia. O IPCC fala em aproximadamente 20 anos, pois foram centenas de anos de CO2 acumulados na atmosfera. Mesmo que não libere mais, há um monte de CO2 que tem que ser consumido”, explicou o climatologista.
As florestas são os grandes instrumentos para absorver o dióxido de carbono, por meio da fotossíntese, mas ele admite que “o efeito não é imediato e demora décadas” para surtir efeito.
Chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Marengo apresentou nesta terça-feira (8) os principais resultados do Resumo para Formuladores de Políticas do AR5 em um seminário no Rio de Janeiro.
O texto, que foi divulgado no último dia 27 de setembro, apresentou as evidências científicas de que a atividade humana é, com 95% de certeza, a principal causa do aquecimento global. Mas, segundo o Painel do Clima da ONU, os efeitos das alterações passarão a ser sentidos pela população, de fato, a partir de 2040.
O especialista ponderou, no entanto, que o documento do IPCC não é um relatório “catastrófico” e apontou para a necessidade de o homem adaptar-se às mudanças climáticas que estão por vir no decorrer deste século.
“A adaptação é uma solução para enfrentar o problema, mas não é o fim. Não interpretem que o mundo vai acabar. A mensagem é que algo deve ser feito em relação a estes cenários pessimistas como mitigação e redução das emissões”, argumentou.
Processos irreversíveis – No relatório do Grupo de Trabalho 1, o primeiro de uma série que será divulgada até outubro de 2014, 259 autores de 53 países reuniram em mais de 400 páginas informações científicas e projeções para o futuro.
Cronologia traz marcos e ações políticas – “A influência humana no sistema climático é clara. As atividades humanas são responsáveis pelo aquecimento nos últimos anos, não são os únicos causadores, mas são os responsáveis. O aquecimento acontece de qualquer forma, com ou sem a presença do ser humano, mas ele piora o problema que já existe”, salientou Marengo.
Na sua avaliação, tudo o que envolve o ser humano, é possível adaptar-se ao novo cenário climático. Já os processos de transformação que envolvem os ecossistemas naturais, porém, são mais vulneráveis. “O ser humano pode se adaptar [ao novo clima], mas pode haver um colapso da vegetação atual.”
Para mostrar os efeitos já presenciados, o pesquisador indicou, inclusive como forte indício de irreversibilidade, o branqueamento de corais no Caribe, na América Central, devido ao aumento da temperatura da água e da acidez dos oceanos.
Já o risco de savanização da Amazônia, apontado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas caso a temperatura do Brasil aumente para 6°C em um século, pode ser completamente reversível e evitado.
Ainda sobre os efeitos no país, ele cita a tendência do aumento do volume e da ocorrência de chuvas nas regiões Sul e Sudeste, além de maiores e mais intensos períodos de seca na Amazônia e no Nordeste.
Há cinco anos, o desmatamento era o primeiro colocado no ranking de emissões do Brasil. Agora, o desmatamento foi ultrapassado pela queima de combustível fóssil, anunciou Marengo. “O Brasil passou a poluir como um país desenvolvido. Temos que mudar nosso estilo de vida, essa é a parte mais difícil.”
Um inventário realizado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia de 2010 indicou que as principais fontes de emissão de gases de efeito estufa estão na agricultura, na atividade industrial com a queima de combustível fóssil e no desmatamento com a queima de biomassa.
“Pelo fato de o desmatamento ter diminuído e a agricultura, reduzido [as emissões], a queima de combustível fóssil é a maior causa da emissão de gases. As termoelétricas produzem CO2, assim como a maior frota de veículos do país, que é muito grande. Acho preocupante porque sempre criticamos os países desenvolvidos por isso”, analisou.
Agenda ambiental – Contudo, em momentos de crise, na busca pela recuperação econômica e na tentativa de garantir um aumento no PIB (Produto Interno Bruto), os países priorizam o crescimento econômico. E, desta forma, a agenda ambiental atualmente fica rebaixada para segundo plano, especialmente depois da crise de 2008, afirmou Marengo.
“Dificilmente você vai convencer um presidente [a assinar um acordo de clima]. É impossível que um país, com uma situação econômica pior, entre em um acordo ambiental que tem um custo social muito elevado.”
As medidas de mitigação são caras e ocorrem no longo prazo. “É caro mas vai permitir reduzir os impactos no futuro”, conclui.
 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Extinta da natureza, ararinha-azul vive em cativeiros de quatro países.

Você não deve ter visto uma ararinha-azul voando por aí. O animal é considerado extinto na natureza: em 2000, a última sumiu.
Mas já deve ter visto a ararinha no cinema ou na TV. Ela é a estrela da animação “Rio”, do diretor brasileiro Carlos Saldanha.
No filme, a arara Blu, que mora nos Estados Unidos, descobre ser a penúltima da espécie. Precisa viajar ao Rio para conhecer a única fêmea e ter filhotes com ela.
Na vida real, é parecido. O Projeto Ararinha na Natureza, associação entre o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e empresas, luta para salvar a ave. Mas, diferentemente do filme, não restam só duas aves no mundo. Atualmente são 86, distribuídas em cativeiros do Brasil, da Alemanha, da Espanha e do Qatar.
Existem dois cativeiros brasileiros, ambos no interior de São Paulo. Os locais não são revelados, para evitar que as ararinhas sejam roubadas por traficantes da animais silvestres.
O objetivo dos países que guardam as aves é o mesmo: fazer com que tenham filhotes para que possam voltar ao habitat natural, a caatinga nordestina, entre Bahia e Pernambuco.
“Precisamos ter 150 ararinhas em cativeiro para que possamos soltá-las”, explica Ugo Vercillo, coordenador do ICMBio e do projeto, criado em 2012.
“É importante que sempre tenhamos ararinhas em cativeiro, como uma poupança. Para isso, é preciso que nasçam 30 aves em cativeiro por ano. Atualmente, nascem sete.”
A previsão é que em 2021 elas possam ser soltas.
Grande parte do esforço vem da fundação Al Wabra, no Qatar. Lá vivem 67 ararinhas. “O Brasil precisa ter mais ararinhas se reproduzindo para que possamos enviar as nossas ao país”, diz Tim Bouts, diretor da Al Wabra. Desde 2004, 40 nasceram na fundação.

Como em “Rio”, as ararinhas se apaixonam. Costumam ter só um namorado ou namorada na vida. A reprodução nos cativeiros só ocorre quando as aves encontram seus parceiros. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

As propostas de mudança dos padrões de consumo.

A partir da Rio 92 o tema do impacto ambiental do consumo surgiu como uma questão de política ambiental relacionada às propostas de sustentabilidade. Ficou cada vez mais claro que estilos de vida diferentes contribuem de forma diferente para a degradação ambiental. Ou seja, os estilos de vida de uso intensivo de recursos naturais, principalmente das elites dos países do hemisfério norte, são um dos maiores responsáveis pela crise ambiental.
Diversas organizações ambientalistas começaram a considerar o impacto dos indivíduos, em suas tarefas cotidianas, para a crise ambiental. Através de estímulos e exigências para que mudem seus padrões de consumo, começaram a cobrar sua corresponsabilidade. Assim, atividades simples e cotidianas como “ir às compras”, seja de bens considerados de necessidades básicas, seja de itens considerados luxuosos, começaram a ser percebidas como comportamentos e escolhas que afetam a qualidade do meio ambiente. Dessa forma, muitos cidadãos se tornaram mais conscientes e interessados em reduzir sua contribuição pessoal para a degradação ambiental, participando de ações em prol do meio ambiente na hora das compras.
No entanto, esta ênfase na mudança dos padrões de consumo não deve nos levar a entender que os problemas ambientais decorrentes da produção industrial capitalista já tenham sido solucionados com sucesso. Ao contrário, as lutas por melhorias e transformações na esfera da produção estão relacionadas e têm continuidade nas lutas por melhorias e transformações na esfera do consumo, uma vez que os dois processos são interdependentes.
Por isso, uma das primeiras questões que devemos fazer é se não estaria havendo uma espécie de transferência da responsabilidade, do Estado e do mercado para os consumidores. Muitas vezes, governos e empresas buscam aliviar sua responsabilidade, transferindo-a para o consumidor, que passou a ser considerado o principal responsável pela busca de soluções. Mas os consumidores não podem assumir, sozinhos, toda a responsabilidade. Ela deve ser compartilhada por todos, em cada esfera de ação.
Assim, quando nós, consumidores, lidamos com dificuldades e dilemas diários relacionados ao nosso papel, ao nosso poder e à nossa responsabilidade pela melhoria ambiental através das nossas escolhas e comportamentos, estamos aprendendo a nos posicionar sobre quem são os atores e quais são as instituições que devem ser responsáveis por cada problema e cada solução. A ênfase na mudança dos padrões de consumo deve ser vista, portanto, como uma forma de fortalecer a ação política dos cidadãos. Essa nova forma de percepção e definição da questão ambiental estimulou o surgimento de uma série de estratégias, como “consumo verde”, “consumo ético”, “consumo responsável” e “consumo consciente”. Surgiu também uma nova proposta de política ambiental que ficou conhecida como “consumo sustentável”.
Consumo verde
Consumo verde é aquele em que o consumidor, além de buscar melhor qualidade e preço, inclui em seu poder de escolha, a variável ambiental, dando preferência a produtos e serviços que não agridam o meio ambiente, tanto na produção, quanto na distribuição, no consumo e no descarte final.
Esta estratégia tem alguns benefícios importantes, como o fato de os cidadãos comuns sentirem, na prática, que podem ajudar a reduzir os problemas ambientais. Além disso, os consumidores verdes sentem-se parte de um grupo crescente de pessoas preocupadas com o impacto ambiental de suas escolhas.
Mas a estratégia de consumo verde tem algumas limitações. Os consumidores são estimulados a trocar uma marca X por uma marca Y, para que os produtores percebam que suas escolhas mudaram. A possibilidade de escolha, portanto, acabou se resumindo a diferentes marcas e não entre consumismo e não-consumismo. Muitas empresas passaram a se interessar em mapear o poder de compra de pessoas com alto poder aquisitivo interessadas em um estilo de vida de baixo impacto ambiental, percebendo-as como um novo nicho de mercado. Assim, a necessidade de redução e modificação dos padrões de consumo foi substituída pelo simples “esverdeamento” dos produtos e serviços. Além disso, o consumo verde atacaria somente uma parte do problema – a tecnologia – enfatizando o desenvolvimento de produtos verdes para uma parcela da sociedade, enquanto os pobres ficam com produtos inferiores e com um nível de consumo abaixo da satisfação de suas necessidades básicas. O tema da desigualdade no acesso aos bens ambientais desapareceu completamente dos debates e propostas de consumo verde .
Consumo ético, consumo responsável e consumo consciente.
Estas expressões surgiram como forma de incluir a preocupação com aspectos sociais, e não só ecológicos, nas atividades de consumo. Nestas propostas, os consumidores devem incluir, em suas escolhas de compra, um compromisso ético, uma consciência e uma responsabilidade quanto aos impactos sociais e ambientais que suas escolhas e comportamentos podem causar em ecossistemas e outros grupos sociais, na maior parte das vezes geográfica e temporalmente distantes.
Consumo sustentável
Esta proposta se propõe a ser mais ampla que as anteriores, pois além das inovações tecnológicas e das mudanças nas escolhas individuais de consumo, enfatiza ações coletivas e mudanças políticas, econômicas e institucionais para fazer com que os padrões e os níveis de consumo se tornem mais sustentáveis. Mais do que uma estratégia de ação a ser implementada pelos consumidores, consumo sustentável é uma meta a ser atingida. Para ficar mais claro, se é possível dizer “eu sou um consumidor verde”, ou “eu sou um consumidor consciente”, não teria sentido dizer “eu sou um consumidor sustentável”.

Além disso, a preocupação se desloca da tecnologia dos produtos e serviços e do comportamento individual para os desiguais níveis de consumo. Afinal, meio ambiente não está relacionado apenas a uma questão de como usamos os recursos (os padrões), mas também uma preocupação com o quanto usamos (os níveis), tornando-se uma questão de acesso, distribuição e justiça social e ambiental.

domingo, 1 de setembro de 2013

A Conferência será realizada em Brasília-DF, no período de 10 a 14 de outubro de 2013


A IV Conferência Nacional Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA) é um processo dinâmico de diálogos e encontros voltado para o fortalecimento da cidadania ambiental nas escolas e comunidades a partir de uma educação crítica, participativa, democrática e transformadora.
A Conferência será realizada em Brasília-DF, no período de 10 a 14 de outubro de 2013 e contará com a participação de cerca de 700 delegados(as) de 11 a 14 anos, provenientes de todas as Unidades Federativas.
A Conferência Nacional trabalhará a temática Vamos Cuidar do Brasil com Escolas Sustentáveis a partir dos projetos de ação selecionados na etapa estadual, utilizando metodologias participativas e processos de educomunicação que serão detalhados posteriormente, constituindo-se em um processo pedagógico que traz a dimensão política da questão ambiental para os debates realizados nas escolas e comunidades, na construção coletiva de conhecimento e no empenho nas resoluções de problemas socioambientais, respeitando e valorizando a opinião e o protagonismo dos adolescentes e jovens.
Presidida pelo Ministro de Estado da Educação e coordenada pelos Ministérios da Educação e do Meio Ambiente, que integram o Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9795/99), a IV CNIJMA está sob responsabilidade da Coordenação Geral de Educação Ambiental (CGEA), da Diretoria de Políticas de Educação em Direitos Humanos e Cidadania (DPEDHC) e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) do MEC, em parceria com o Departamento de Educação Ambiental (DEA), da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC) do Ministério do Meio Ambiente.
A IV CNIJMA é destinada ao público das escolas do Ensino Fundamental, públicas e privadas, urbanas e rurais, da rede estadual ou municipal, assim como das escolas de comunidades indígenas, quilombolas e de assentamento rural, e tem o desafio de mobilizar toda a comunidade escolar.

O ICMBio é um dos membros do Comitê Consultivo Nacional da IV CNIJMA, composto por instituições governamentais e não governamentais de abrangência nacional. O Comitê tem por finalidade orientar os processos preparatórios para a Conferência, apoiar atividades no âmbito nacional, nas etapas da conferência nos estados e fortalecer a intersetorialidade destas ações.

domingo, 25 de agosto de 2013

Educação ambiental e os quatro pilares propostos pela Unesco.

A profunda preocupação produzida pelos problemas cada vez mais graves que afetam o meio ambiente é um acontecimento recente em nossa sociedade.
Historicamente, a preocupação com o meio ambiente surgiu da conjugação de diferentes aspectos, tanto no surgimento dos primeiros movimentos ecológicos na sociedade civil – profundos questionamentos em relação aos modos de vida que culminaram nos movimentos de maio de 1968 na França, com repercussão no resto do mundo – como nos problemas emergentes em âmbitos científicos ou em problemas derivados da expansão capitalista.
Gutman (1988, citado por Medina, 1994) define o meio ambiente como um conjunto de componentes naturais e sociais e suas interações num espaço e num tempo determinados. Ele associa também a dinâmica das interações sociedade-natureza e suas consequências ao espaço em que se habilita o homem e do qual também é parte integrante.
Dessa forma, o “meio ambiente é gerado e construído ao longo do processo histórico de ocupação e de transformação do espaço pela sociedade”.
A concepção de meio ambiente vem evoluindo através dos tempos e o homem passa de uma percepção restrita aos aspectos biológicos e físicos para uma concepção e percepção mais amplas em que se consideram essenciais seus aspectos econômicos e socioculturais.
Diante da irracionalidade no uso do meio ambiente, acreditamos que a escola é o local adequado para essa tarefa de tomada de consciência da existência dos problemas ambientais, onde se deve preparar o aluno para uma participação organizada e ativa, na democratização da sociedade, fornecendo-lhe o instrumental por meio da aquisição de conteúdos e práticas que favoreçam as correspondências destes com os interesses e as experiências dos alunos.
Se as propostas pedagógicas das escolas estão realmente comprometidas com a formação do cidadão como ser individual, social, político, cultural e produtivo e se habilitam a instrumentalizá-lo para uma participação ativa nos processos sociais e compromissos decisivos de direção da sociedade, a educação socioambiental deve ser plenamente compatível com os fins, objetivos e organização do sistema educacional.
No entanto, na educação socioambiental não se trabalha com improvisação nem compartilhamento e isolamento. É imprescindível conhecer bem a situação ambiental da área em estudo, assim como debater as necessidades e as possibilidades a realizar com segurança projetos de educação socioambiental que sejam executados não como outra disciplina no currículo escolar, para isoladamente trabalhar seus temas, mas para trabalhar de modo coletivo e interdisciplinar, permeando as várias atividades e disciplinas curriculares, como uma necessidade socioeducativa real de toda a comunidade escolar.
Para que a escola possa ajudar efetivamente o educando em sua preparação, diz Freire (1980):
“É preciso que a educação esteja em seu conteúdo, em seus programas e em seus métodos, adaptada ao fim que persegue: permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo, estabelecer com outros homens relações de reciprocidade, fazer a cultura e a história”.
Este milênio exige dos educadores o desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes voltadas para o pensar, reformular e transformar a prática pedagógica com vistas a mudanças significativas no contexto escolar.
Para Delors (1998), os quatro pilares da educação – saber conhecer, saber fazer, saber conviver e saber ser – darão sustentação à prática pedagógica e, satisfazendo as exigências contemporâneas, permitirão ao aprendiz ser um agente participativo, com condições não só intelectuais, mas também práticas de agir sobre a realidade de agora e do amanhã, atendendo às dimensões ética e cultural, tecnológica e científica, social e econômica da educação.
Saber conhecer
            Hoje, o professor precisa saber: dialogar; escutar; fazer se assessorar; zelar pela filosofia da instituição; trabalhar em equipe; promover a discussão e a reflexão; transmitir os conteúdos específicos de sua área articulando eficazmente a política e os objetivos educacionais; avaliar de forma mais eficiente; compreender as implicações sociais; culturais; econômicas e ambientais da ciência e tecnologia; analisar criticamente a problemática cultural, social, econômica e ambiental, relacionando os conteúdos de sua área com o cotidiano; selecionar as melhores informações, bem como interpretá-las; conhecer os procedimentos científicos; e manusear a bibliografia de sua área de atuação.
Saber fazer
            É a congregação e a explicitação dos demais saberes da prática pedagógica, além do domínio teórico e metodológico e do trânsito fácil pelos instrumentos técnicos de caráter geral. É necessária uma convivência íntima com o que é específico e importante para propiciar a concretização da aprendizagem da área científica.
            Destacam-se: clareza e objetividade na comunicação, habilidade na condução em situações complexas, capacidade de argumentação, análise de fatos do cotidiano, atitude reflexiva na ação, iniciativa, criatividade, dentre outras.
Saber conviver
            Revela a realidade das relações situacionais, como cidadão na comunidade escolar, em seu grupo social, na sociedade global, na natureza. Envolve capacidade de fazer e receber crítica construtiva, atitude de respeito á opinião dos colegas, socialização de conhecimento, socialização de dúvidas e soluções, participação em grupos de estudos e de trabalho, espírito de cooperação, atitude de respeito para com a natureza, capacidade de lidar com múltiplos aspectos de situações relacionais.
Saber ser
            Implica uma séria reflexão sobre a postura ética e moral ante os graves problemas ligados á qualidade de vida, tomada em sentido mais amplo. A cidadania é a meta buscada por todo sujeito consciente de seu papel na sociedade e na natureza. Normalmente, é evidenciada por atitudes que retratam responsabilidade social, participação democrática, postura transformadora, atitude crítica e, principalmente, comportamento ético. Por isso, o docente deve ser criativo, dinâmico, polivalente no saber, agente integrador, atualizado.
            Para o acompanhamento de todas essas mudanças, são importantes:
·         Nova postura didática–científica por partes dos professores.
·         Flexibilidade no pensamento.
·         Busca se novas fontes de informação e conhecimento.
            Para concluir, Gonçalves e colaboradores (1989, citados por Gonçalves, 1990) argumentam que o posicionamento correto do indivíduo diante da questão ambiental dependerá de sua sensibilidade e da interiorização de conceitos e valores, que devem ser trabalhados de forma gradativa e contínua e, sobretudo nas séries iniciais do ensino fundamental, devem ocorrer por meio da observação dos fatos cotidianos e dos problemas mais próximos.

A observação dos fatos e a percepção dos problemas devem levar à elaboração de conceito simples, pelos quais as interações do meio biofísico e social sejam demonstradas. Por meio de seus sentidos de compreensão, o indivíduo constrói os conceitos de valores, demonstrando posteriormente em seus hábitos e atitudes um modo de vida responsável em relação aos interesses coletivos e ao meio ambiente.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Falta de estrutura (e vontade) dificulta implementação de educação ambiental nas escolas.

Fundada na Cidade de Goiás, a Escola Pluricultural Odé Kayodê é tida como exemplo na área de educação ambiental. Ali, crianças de entre 3 e 10 anos aprendem na prática como é o ciclo das plantas num jardim plantado por elas mesmas. Também conhecem a vida no campo, em uma fazenda próxima, e aprendem sobre conservação da água em um rio que passa atrás da escola.
Há 15 anos, o tema sustentabilidade está presente em todas as disciplinas. “Em uma prova de matemática, você tem que saber qual o resultado de três árvores mais duas árvores. É assim que a gente tem meio ambiente em tudo”, explica a educadora Emicléia Alves Pinheiro
O Ministério da Educação (MEC) quer que, assim como no colégio de Cidade de Goiás, a educação ambiental passe a fazer parte do cotidiano de todas as instituições de ensino do país. A escola, no entanto, é exceção. Transformar o tema em uma realidade ainda é um projeto distante em praticamente todas as cidades brasileiras.
Apenas 0,5% dos colégios públicos teriam condições hoje de cumprirem com as diretrizes de educação ambiental, segundo levantamento feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Faltam professores, infraestrutura e investimento para fazer com que as Diretrizes Curriculares para a Educação Ambiental, aprovadas em 2012 durante a Rio +20, saiam do papel.
“A maioria dos professores têm muita vontade. Muitos já têm até algum conhecimento, mas não possuem recursos. As verbas para as escolas são restritas e até para treinamentos, nós temos que oferecer os materiais em vários casos”, diz Miriam Duailibi, presidente do Instituto Ecoar, que forma professores em todo o país.
Falta de pessoal – O desenvolvimento da educação ambiental é uma necessidade para todas as regiões brasileiras, segundo o MEC. Nordeste e Norte são apontados como as áreas que demandam maior atenção para incentivo desse tipo de iniciativa, por causa das condições de infraestrutura e de gestão das escolas.
Para atender às exigências do MEC, muitas unidades comprometem outras disciplinas. “Em alguns lugares, eles tiram uma aula de ciências, por exemplo, e colocam uma de educação ambiental. O problema é que nem sempre há profissional qualificado para isso. Não é possível trabalhar transversalmente com a estrutura de hoje”, afirma o secretário de assuntos educacionais do CNTE Heleno Araújo.
A falta de tempo é outro aspecto que impacta o processo, segundo especialistas. “O professor tem de trabalhar em várias escolas, para poder sobreviver, o que não permite que invista em sua especialização e atualização. É necessária formação continuada destes professores, investir em sua valorização profissional”, comenta o pós-doutor em educação ambiental, Luiz Fernando Silveira Guerra.
A realidade vai de encontro ao que as diretrizes determinam. Resultado de cinco anos de debates entre educadores ambientais, legisladores e sociedade, elas estabelecem o tema como prioritário, que deve ser tratado de forma transversal.
“Não pode ser trabalhada de forma isolada. Em todas as aulas seria necessário haver lições que abordem este tema, para estabelecer um convívio harmônico e integrado com o meio ambiente”, explica Duailibi.
Iniciativas isoladas – Apesar de existir um movimento governamental que incentiva a inserção do tema educação ambiental em todos os níveis, os projetos existentes ainda são ações pontuais. Guerra afirma que “maior parte das iniciativas ainda ocorre em projetos e atividades extra-curriculares, com a participação de poucos professores”. Em muitos casos, eles são incentivados por organizações civis e com apoio da comunidade escolar.
Exemplo disso pode ser visto em Joinville (SC). Através da parceria entre professores, alunos, funcionários, pais e a comunidade local, a realidade do Centro de Educação Infantil Municipal Raio de Sol foi transformada. A partir de 2010, áreas antes de cimento ganharam vida ao receberem espaços como lagoa, jardim, horta e pomar.
“As crianças não podiam andar descalças, porque tudo era de cimento e brita. Agora, elas têm vários espaços onde podem interagir com a natureza”, comenta Marlene Malschitzky, supervisora gestora da Secretaria Municipal de Educação.
O Ministério da Educação reconhece que ações como esta ainda precisam de mais incentivo. A entidade garante que ainda falta investimento e estrutura.
“A maioria das escolas ainda está às voltas com questões, que embora de caráter socioambiental, não são reconhecidas como tal, como espaços físicos insuficientes, inadequados e mal aparelhados. Há escolas, por exemplo, que não dispõem de água corrente, coleta de esgotos ou prédio próprios. Há também uma grande dificuldade dos educadores e gestores públicos em converterem as questões socioambientais em pauta, seja nas aulas, seja fora delas, promovendo o enfoque transversal”, destaca Macaé Evaristo, secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC.

De acordo com ela, são realizados investimentos em seminários e formação continuada de professores, para garantir o aprofundamento no tema. Além de projetos para disponibilizar recursos em projetos nessa área. Ela também destaca que é realizada a Conferência Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente, que reúne professores e alunos de todo o país em eventos regionais e nacionais, para debater a educação ambiental. (Fonte: Terra)

domingo, 18 de agosto de 2013

Desenvolvimento sustentável terá cinco linhas de ação, MMA.

Cinco linhas de ação deverão compor os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que passarão a valer a partir de 2015, em substituição aos Objetivos do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU). O tema foi discutido pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixiera, em conferência realizada na tarde desta segunda-feira (12), no Rio de Janeiro.
O documento que contém a primeira versão dos ODS será apresentado no próximo mês em assembleia da ONU. Segundo a ministra, que integra o Painel de Alto Nível sobre a Agenda de Desenvolvimento pós-2015 das Nações Unidas, os objetivos definem uma mudança na sociedade. “Os ODS sinalizam um novo caminho para não perder o que foi alcançado com os objetivos do milênio”, explicou. “É preciso repaginar essa visão.”
Inclusão - Organizado pela presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a conferência enfatizou a importância da participação social no processo. Segundo Izabella, questões como inclusão social, erradicação da pobreza e promoção de uma economia verde estão entre os aspectos contemplados pelos ODS. “A inclusão social tem de estar cada vez mais presente no debate”, afirmou.

As metas propostas também deverão levar em consideração as particularidades de cada nação. “Serão trabalhadas soluções para os países em guerra e para aqueles que não vivem em regime de democracia”, exemplificou a ministra. “Os objetivos tocam em uma série de situações e buscam uma ruptura com a polarização que existe atualmente.” (Fonte: MMA)