domingo, 21 de agosto de 2011

Áreas florestais intercaladas com a cana, técnica batizada de caminho de meio.

          O Brasil precisa ter áreas significativas de florestas ao redor das plantações de cana para ter mais eficiência no sequestro de carbono. Essa é a conclusão de um grupo de cientistas liderado pelo biólogo da USP Marcos Buckeridge, diretor científico do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia.
Em artigo aprovado pela revista Global Change Biology Bioenergy, ele e colegas afirmam que áreas florestais intercaladas com a cana, técnica batizada de caminho de meio, reduziriam o impacto da produção quanto às emissões de carbono. Isso aconteceria principalmente onde ainda são feitas queimadas após a colheita.
EMISSÕES
Hoje, 75% das emissões de carbono do Brasil vêm da atividade agropecuária.
A cana consegue absorver cerca de 7,4 toneladas de carbono por hectare a cada ano. Em média, estima-se que a plantação emita 800 kg de carbono a mais por ano do que é capaz de absorver, por causa das emissões do transporte e da queima.
As florestas absorvem 17 vezes mais: 140 toneladas ao ano. Essa taxa é ainda maior nas florestas mais novas (de até 30 anos) e em fase de crescimento. Os pesquisadores querem agora a área de floresta necessária para reduzir os impactos da produção.
Vamos levantar quantas florestas ainda existem na região dos canaviais de São Paulo para ver quanto mais teríamos de plantar, afirma Buckeridge.
Ele participou de um evento internacional da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) sobre Bioetanol, em Campos do Jordão (SP).
O biólogo quer calcular quanto carbono é armazenado por esses fragmentos de floresta e analisar os benefícios que a presença de áreas florestadas podem trazer ao cultivo. Esse trabalho será feito em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e deve ficar pronto em dois meses.
É uma pena não termos os dados antes da votação do Código Florestal [que tramita no Senado]. O novo código prevê a redução de áreas florestais para aumentar atividade agropecuária em regiões como margens de rios.
Solução ecologicamente correta. No entanto é importante salientar que os canaviais precisam de grande área de cultivo para apresentar bons resultados, devido a sua baixa produtividade por hectare. No sudeste haveria espaço para a cana e áreas de reflorestamento? E a demanda nacional por cultivo energético e alimentício, permite a presença dos dois manejos ao mesmo tempo?

Lixo: todos produzem, todos cuidam

Eis mais um grande desafio! A Política Nacional de Resíduos Sólidos, já em vigor, estabelece a responsabilidade de todos por tudo que consumimos e descartamos. Isso quer dizer que as empresas terão de fabricar produtos que deixem menos resíduos e que sejam mais recicláveis. O consumidor está proibido de queimar lixo a céu aberto ou jogá-lo em ruas, praias e rios. E, no caso de alguns produtos, terá que devolvê-lo ao fabricante, para que este os recicle
Agora somos todos responsáveis pelo descarte de resíduos no país. Tanto quem produz, como quem consome. Por isso, é cada vez mais vital que estejamos bem informados, não só sobre detalhes da nova lei, como, também, sobre como descartar qualquer produto, de forma correta. E mais: com a consciência de que é preciso consumir cada vez menos.
- Computadores e outros eletrônicos encostados em casa podem ser doados a empresas e projetos que recuperam e doam esses equipamentos para escolas. Material sem recuperação segue para a reciclagem.
- Lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, um metal pesado, e por isso devem ser enviadas para reciclagem específica. As incandescentes, halógenas e de sódio de baixa pressão podem ser recicladas normalmente, mesmo quebradas.

domingo, 14 de agosto de 2011

A Amazônia não é o Pulmão do Mundo.


          Não se sabe quem utilizou esta expressão pela primeira vez, mas o sentido dela é que na Amazônia haveria uma enorme produção de oxigênio, o que na verdade não corresponde a realidade, segundo especialistas.
A Amazônia não é o “pulmão do mundo” no sentido comum do termo. No entanto, o sistema florestal da região, alem de evitar a erosão, funciona como uma “esponja”, absorvendo substâncias trazidas pelos ventos e pelas chuvas, sob a forma de poeira e partículas, da África e do Atlântico. Amazônia não é o 'pulmão do mundo', aponta pesquisador. Na capa de muitos jornais, sites, comunidades virtuais e blogs a Amazônia ainda é encarada como o grande “pulmão do mundo”. A idéia de que a floresta seria uma grande purificadora do ar, transformando gás carbônico em oxigênio, já foi desmentida por muitos cientistas, mas ainda sobrevive por aí. Apenas em dois textos do Blog da Amazônia, há 16 comentários que tratam a floresta dessa forma.    
Apesar de haver muitas provas de que a Amazônia não exerce esse papel, é consenso entre os pesquisadores que as extensas áreas de floresta do Norte do Brasil têm grande influência no clima do planeta. Mesmo não sendo o tal pulmão, a Amazônia ainda seria um órgão vital.

Floresta em equilíbrio
          Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e um dos cientistas mais respeitados no mundo quando se fala de aquecimento global, o erro já começa no próprio apelido que se deu à Amazônia: “O pulmão não supre o oxigênio, ele tira.” O pesquisador explica que a floresta está em equilíbrio. Todo o gás carbônico capturado por meio da fotossíntese é liberado novamente à atmosfera quando as plantas respiram e quando as árvores morrem e entram em decomposição.    
Feranside ressalta, contudo, que o fato de a Amazônia não funcionar como o tal “pulmão do mundo” não significa que ela possa ser destruída. O desmatamento de milhões de quilômetros quadrados de floresta poderia desregular o regime de chuvas e acentuar o aquecimento global. 

Círculo vicioso 
          A floresta está em equilíbrio apenas quando está em pé. Se ocorre uma queimada ou desmate, grandes quantidades de gás carbônico são liberadas na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Hoje, o Brasil ocupa o quarto lugar entre os maiores emissores de gases que causam esse problema, sendo que cerca de três quartos dessa poluição provêm da destruição da mata. De acordo com Fearnside, o desmatamento é um péssimo negócio para o Brasil. “Além de emitir muito mais carbono do que o combustível fóssil, ele também traz muito pouco benefício para a economia do país, gera muito pouco emprego”, avalia.    
Com o aquecimento do planeta, a floresta corre o risco de entrar em um círculo vicioso de destruição e emissão de gases de efeito estufa, revela o cientista: “Na medida em que se começa a esquentar na Amazônia, morrem muitas as árvores. Com o aumento da temperatura, as árvores também precisam de mais água, e aí aumentam os problemas de incêndio. Além disso, esquenta-se o solo, que começa a liberar carbono. As grandes secas que houve na Amazônia, como a que aconteceu em 2005, tendem a aumentar.”    

Falta de água
          Ainda que o desmatamento e as queimadas não liberassem gases de efeito estufa, a transformação da floresta em pastos ou plantações poderia mudar radicalmente o regime de chuvas. Fearnside explica que grande parte das chuvas do Centro-sul do Brasil são causadas por ventos que trazem vapores da mata no Norte. “Se transformarmos a floresta em pastagens, as chuvas cairão lá (na Amazônia) e irão direto para o oceano. A água não será mais evaporada”, revela.    
Além da falta de água potável – problema que já afeta periodicamente a cidade de São Paulo – a diminuição das chuvas também acarretaria na falta de energia. “No Centro-sul há muitas barragens, que geram energia para o Brasil. Essas hidrelétricas enchem em poucas semanas. Se falharem as chuvas nessas semanas críticas, as represas não enchem pelo resto do ano.”, alerta o pesquisador.

O que é Agroecologia?


O conceito de agroecologia quer sistematizar todos os esforços em produzir uma proposta de agricultura abrangente, que seja socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável; um modelo que seja o embrião de um novo jeito de relacionamento com a natureza, onde se protege a vida toda e toda a vida. Nesta visão se estabelece uma ética ecológica que implica no abandono de uma moral utilitarista e individualista e que postula a aceitação do princípio do destino universal dos bens da criação e a promoção da justiça e da solidariedade como valores indispensáveis.
Na agroecologia a agricultura é vista como um sistema vivo e complexo, inserida na natureza rica em diversidade, vários tipos de plantas, animais, microorganismos, minerais e infinitas formas de relação entre estes e outros habitantes do planeta Terra. Não podemos esquecer que a agroecologia engloba modernas ramificações e especializações, como: agricultura biodinâmica, agricultura ecológica, agricultura natural, agricultura orgânica, os sistemas agro-florestais, permacultura, etc.
Bom, mas apenas saber os vários conceitos do termo agroecologia, a partir de vários estudiosos, não significa que você está pronto para adotar as práticas agroecológicas. Fazer agroecologia é apenas uma fase posterior ao processo Sentir Agroecologia e Viver Agroecologia no coração, compreender a vida a partir de um organismo vivo, seja ele planta, animal ou próprio ser humano. Apreender as relações conjuntas e apreender que o planeta terra não é o lugar do qual vivemos, e sim, no qual vivemos.

sábado, 6 de agosto de 2011

Onda de calor no hemisfério Norte acelera degelo no Ártico.

A onda de calor que atingiu o hemisfério Norte neste ano acelerou o degelo sazonal do Ártico. Cientistas americanos alertam que a região pode ter em 2011 a menor extensão de gelo marinho já registrada.
Segundo o NSIDC (Centro Nacional de Dados de Gelo e Neve dos EUA), o gelo marinho no oceano Ártico está “a caminho de ficar abaixo do nível de 2007″, quando bateu seu recorde.
Naquele ano, a Passagem Noroeste, que liga o Atlântico ao Pacífico pelo norte do Canadá, foi aberta pelo degelo pela primeira vez em séculos.
A passagem ainda não se abriu neste ano. Mas no último domingo a área coberta pelo gelo marinho era de 7,56 milhões de quilômetros quadrados, quase 3 milhões de quilômetros quadrados inferior à média 1979-2000.
“A extensão está menor nesta época do ano em 2011 do que em 2007.  Um sinal positivo é que há mais gelo marinho espesso (menos propenso a derreter) neste ano. “No entanto, relata-se que as temperaturas no Ártico estão relativamente altas, e de fato poderemos ter um novo recorde de redução do gelo permanente neste ano.”
Em julho, o Ártico tem perdido a cada dia uma área maior que a do Estado de Pernambuco em sua cobertura de mar congelado.
Isso se deve às temperaturas anormais: o polo Norte está de 6ºC a 8ºC mais quente que o normal neste mês. No litoral da Sibéria, elas estão de 3ºC a 5ºC maiores que o normal.
Pulso – O gelo marinho no Ártico tem um “pulso anual”: ele atinge sua extensão máxima na primavera, em abril, e sua mínima em setembro, no outono. O aquecimento do planeta tem causado mais degelo no verão e menos recongelamento no inverno.
O gelo e a neve refletem 90% da radiação solar de volta para o espaço. O mar exposto pelo derretimento do gelo marinho, por outro lado, aumenta a absorção de radiação, elevando ainda mais a temperatura, porque é mais escuro. É por isso que o aquecimento global é mais grave no Ártico do que no resto do mundo.
O recorde de 2007 só não foi batido então por causa de uma onda de frio no começo da primavera, que deu esperança aos cientistas de que 2011 não fosse ser tão ruim.
Mas o degelo começou mais cedo na primavera – dependendo da região, até dois meses mais cedo, segundo o NSIDC -, formando poças d’água que aumentam ainda mais o derretimento.

OMS: pelo menos 2 milhões de pessoas morrem por ano no mundo por causa de água contaminada.


Brasília – Pelo menos 2 milhões de pessoas, principalmente crianças com menos de 5 anos de idade, morrem por ano no mundo devido a doenças causadas pela água contaminada. Porém, os problemas podem ser evitados por meio de políticas públicas eficientes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para os especialistas, o ideal é adotar um plano de gestão de água potável de qualidade.
O coordenador de Água, Saneamento, Higiene e Saúde da OMS, Robert Bos, destaca que os males causados pela água contaminada atingem países desenvolvidos e em desenvolvimento. “Isso deixa claro que a maioria desses [problemas] poderia ter sido evitada por meio da implementação dos planos de segurança em água.”
A OMS dispõe de um plano denominado Planejamento de Água Saudável, que define uma mudanças na gestão da água potável em vários países. A idéia é incluir procedimentos de segurança para assegurar a qualidade da água usada na alimentação e orientações à população. Também há recomendações sobre os riscos envolvidos.
De acordo com o estudo, é necessário que as autoridades estejam atentas às mudanças climáticas, que provocam alterações de temperatura da água, e às ameaças de escassez do produto. Há, ainda, a preocupação com o controle no uso de substâncias químicas para o armazenamento de água potável.