sexta-feira, 30 de março de 2012

Os países que integram o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) afirmaram que as nações emergentes e mais pobres não podem sacrificar o crescimento econômico com a justificativa de implantar uma economia verde no mundo.
O grupo ressaltou no documento final da IV Reunião do grupo, que encerrou nesta quinta-feira (29) em Nova Délhi, na Índia, a preocupação com o desenvolvimento sustentável e com a biodiversidade e mudanças climáticas.
De acordo com a “Declaração de Delhi”, a erradicação da pobreza e o desenvolvimento com foco no social, ambiental e econômico devem ser entendidos como conceito de “economia verde” – definição que será feita na Rio+20, cúpula que vai debater o futuro econômico, social e ambiental do planeta e que vai ocorrer no Rio de Janeiro.
Porém, os países se opõem à introdução de qualquer forma de barreiras ao comércio e ao investimento como justificativa de desenvolver uma economia verde. Segundo a declaração, ações para implantação do desenvolvimento sustentável no planeta são “um meio para alcançar as prioridades fundamentais e não um fim”.
Flexibilidade dos governos – O documento afirma ainda que os governos têm que ter flexibilidade e espaço político para fazer suas escolhas “e definir seus caminhos” sobre a questão, preservando o cumprimento das Metas do Milênio, que têm de ser cumpridas por países em desenvolvimento até 2015 e focam principalmente no combate à pobreza no mundo.
“Temos de assegurar que o crescimento nesses países não pode ser afetado. Qualquer desaceleração teria graves consequências para a economia mundial”, afirma a declaração, que foi assinada pela presidente Dilma Rousseff, na Índia.
A declaração afirma também que China, África do Sul, Índia e Rússia vão ajudar o Brasil a trabalhar na conferência para “um resultado positivo e prático”. Eles ainda mencionam a preocupação com as mudanças climáticas e prometem “se esforçar para implementar nos países protocolos voltados à biodiversidade”, cumprindo as metas impostas pela Convenção da ONU sobre o tema.
A índia recebe em outubro a Conferência das Partes sobre a Biodiversidade e o Catar a COP-18, sobre mudanças climáticas.
Resultados – Índia e Brasil querem uma nova ordem mundial e reformas no Conselho de Segurança das Nações Unidas que levem em consideração a nova realidade do mundo, afirmou a presidente brasileira em um artigo publicado no jornal “The Times of India”.
“Brasil e Índia convergem fortemente para a reforma das organizações internacionais, seja a ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a criação de um novo modelo de responsabilidade do FMI ou o estabelecimento de novos fóruns de alto nível, como o G20, IBAS, BASIC e Brics”, afirma Dilma. (Fonte: Ambiente Brasil).

Um comentário:

Unknown disse...

Está claro que tanto os BRICS quanto as superpotências não querem, no atual momento, uma "economia verde".
A Europa está no fundo do poço, os bancos estão em crise e, consequentemente, não vão financiar qualquer incentivo sustentável no momento. Os BRICS estão em ascendência econômica, e por mais que tentem, não conseguem crescer na escala econômica mundial sem torrar suas reservas naturais. Os EUA, por sua vez, não deram a mínima para a Eco-92, e isso está se repetindo com o Rio+20.
Fica mais do que claro que o Rio+20 não vai sair do papel, apenas 4 das inúmeras metas determinadas desde a Eco-92 estão em andamento. Quanto ao nosso país, se o Dilmão deixasse de continuar com certas futilidades do Governo anterior, como a de financiar a ação no Haiti (que inicialmente estava previsto o custo de R$150 mi, e hoje esse valor já passa dos R$2 bi!), que foi um meio de o ex- presidente Lula tentar ganhar uma cadeirinha na ONU (algo que dificilmente vai acontecer) o país poderia estar em um desenvolvimento econômico ainda melhor, e consequentemente, ter maior status mundial.