O Brasil compensou
quase dez vezes mais do que as projeções de emissões diretas de gases de efeito
estufa geradas pela Copa do Mundo FIFA 2014 – número de gols que a Seleção
levou apenas nos últimos dois jogos da competição. Com o encerramento, na
última semana, de chamada pública do Ministério do Meio Ambiente (MMA), foram
compensadas 545,5 mil toneladas de carbono equivalente (tCO2eq), unidade de
medição das substâncias que interferem no aquecimento global. O número supera
as 59,2 mil tCO2eq estimadas para atividades como obras, uso energético nos
estádios e deslocamento de veículos oficiais.
A compensação decorreu
da doação de créditos de carbono em resposta à chamada pública do MMA. O edital
ficou aberto por três meses e teve a adesão de 16 empresas detentoras de
Reduções Certificadas de Emissões (RCEs), os créditos de carbono, que são
projetos brasileiros de compensação de emissões certificados pelas Nações
Unidas. Nas operações, as RCEs foram canceladas das contas dos participantes de
projetos com o objetivo de garantir que elas não sejam usadas futuramente para
outros fins.
Legislação - A
compensação não envolveu qualquer transação financeira e atende à
responsabilidade ambiental amparada pela legislação brasileira. A ação do
governo federal alinhada à iniciativa privada está prevista pelo Artigo 65 da
Lei Geral da Copa. Conforme o dispositivo legal, as empresas que aderiram à
chamada pública receberam o Selo Baixo Carbono. Além disso, as companhias foram
incluídas em listagem organizada pelo poder público como doadoras oficiais de créditos
de carbono do Mundial.
Inventário coordenado
pelo MMA contabiliza as projeções de emissões do Mundial. De acordo com o
documento, a Copa pode ter gerado o total de 1,406 milhão de tCO2eq, quando
consideradas as emissões diretas e as indiretas. Desse total, a maioria teria
sido gerada indiretamente pelo transporte aéreo internacional (87,1%) e
nacional (9,2%). O restante se divide entre hospedagem (1,8%), obras (0,5%) e
operações (1,4%). Até o fim do ano, será concluído um inventário definitivo com
o número consolidado de emissões geradas pela Copa.
Saiba mais – O
Protocolo de Kyoto, acordo internacional com metas de redução de gases de
efeito estufa para os países desenvolvidos, criou um mercado voltado para a
criação de projetos de diminuição da liberação desses gases na atmosfera. Os
projetos desenvolvidos no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)
geram RCEs, também conhecidas popularmente como créditos de carbono.
Apesar de considerado
um fenômeno natural, o efeito estufa tem sido intensificado nas últimas décadas
acarretando mudanças climáticas. Essas alterações resultam do aumento
descontrolado das emissões de gases como o dióxido de carbono e o metano. A
liberação dessas substâncias é consequência de atividades humanas como o
transporte, o desmatamento, a agricultura, a pecuária e a geração e o consumo
de energia. (Fonte: MMA)
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