Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome.
sábado, 23 de dezembro de 2017
domingo, 10 de setembro de 2017
Estudo detalha porquê criminosos climáticos como Exxon devem pagar pela destruição do furacão.
'Devíamos nomear esses
furacões de Exxon e Chevron, não Harvey e Irma'. Jake Johnson, Common Dreams
Enquanto Texas e
Louisiana lidam com a destruição trazida pelo furacão Harvey e enquanto o
furacão Irma continua a destroçar as ilhas do Caribe em direção aos EUA, muitos
se perguntam algo pertinente: quem deveria pagar pelos danos?
De acordo com um estudo
publicado pelo jornal Mudança Climática na quinta, a resposta é clara: os
gigantes do petróleo.
“Sabemos que os custos
de ambos os furacões serão enormes e que a mudança climática fizeram deles
muito maiores do que deveriam ser realmente”, escreve Peter Frumhoff e Myles
Allen, co-autores do estudo, em um artigo no Guardian.
A pesquisa também
mostra que companhias de petróleo contribuíram desproporcionalmente com o
aumento do nível do mar e os níveis de dióxido de carbono na atmosfera enquanto
enganam o público sobre os custos de suas práticas capitalistas.
“Surpreendentemente,
quase 30% do aumento do nível do mar globalmente entre 1880 e 2010 resultaram
de emissões dos 90 maiores produtores de carbono”, descobriu o estudo. “Mais de
6% do aumento do nível global do mar é resultado de emissões que levam à
ExxonMobil, Chevron e BP, as três maiores contribuintes”.
O estudo também
descobriu que “os 90 maiores produtores de carbono contribuíram aproximadamente
com 57% do aumento observado de dióxido de carbono na atmosfera, quase 50% do
aumento da temperatura média global”.
May Boeve, diretora
executiva da 350.org, argumentou em uma declaração na quinta-feira que os
achados do estudo demonstram que devido a essas contribuições à mudança
climática, os maiores poluidores são parcialmente responsáveis pelos eventos
climáticos extremos que causam pânico ao redor do mundo.
“Deveríamos chamar
esses furacões de Exxon e Chevron, não Harvey e Irma”, escreveu Boeve.
Ainda assim, mesmo com
seu papel na criação dessas condições que produziram tempestades tão severas e
intensas quanto Harvey e Irma, grande companhias de petróleo se comprometeram
muito pouco com os esforços de reconstrução e recuperação.
“Pode exigir dezenas de
milhares de bilhões de dólares para apoiar a recuperação desses desastres nas
comunidades da Costa do Golfo afetadas pelo furacão Harvey. A ExxonMobile,
Chevron e BP sacrificaram coletivamente somente $2.75 milhões”, notaram
Frumhoff e Allen.
Porque essas companhias
nunca são responsabilizadas, no entanto, a população – em particular
comunidades de baixa renda – é forçada a custear tudo. Henry Shue, companheiro
de pesquisa sênior da Universidade de Oxford, argumentou que isso é
inaceitável.
(CARTA MAIOR)
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
RETROCESSO GIGANTESCO NA ÁREA AMBIENTAL: Temer extingue reserva na Amazônia e libera mineração
Em decreto publicado nesta quarta-feira (23), o presidente Michel Temer extinguiu a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), criada em 1984 pelo governo de João Figueiredo, último presidente da ditadura civil-militar. Desde então, a reserva definia a proteção da área de 47 mil quilômetros quadrados, incrustada em uma região entre os estados do Pará e do Amapá.
A reserva também estabelecia que
apenas o governo federal, por meio da Companhia Brasileira de Recursos Minerais
(CPRM – Serviço Geológico Brasileiro), e empresas indicadas pela companhia
poderiam fazer a exploração de minérios na região, área estratégica do ponto de
vista socioambiental, com sobreposição de 7 unidades de conservação e duas
áreas indígenas, que ocupam cerca de 70% da área da Renca.
A coordenadora do Núcleo de
Ciências da organização WWF-Brasil, Mariana Napolitano, chama a atenção para as
consequências da extinção da reserva. Em entrevista nesta
quinta-feira (24), ela diz que a medida deverá acarretar uma nova "corrida
do ouro", com impactos ambientais como desmatamento de áreas de floresta e
a contaminação dos recursos hídricos.
A ambientalista destaca que a
situação é ainda mais crítica, pois, de acordo com levantamentos iniciais, as
áreas privilegiadas para a atividade mineradora não estão nos 30% restantes
fora das áreas das unidades de conservação e áreas indígenas, o que as colocam
em risco.
Mariana questiona, ainda, se a
Renca poderia ser extinta por meio de decreto presidencial, sem a necessidade
de aprovação de Projeto de Lei, que possibilitaria um debate mais amplo.
"É óbvio que é necessário pensar no crescimento e no desenvolvimento
econômico, mas precisa ser feito em bases sustentáveis. Especialmente nessas
regiões, com florestas conservadas, precisa ser feito com muito cuidado. A
sinalização da extinção dessa reserva por meio de decreto – que não permite
diálogo, nem salvaguardas mais especiais – é muito ruim", afirmou. (FONTE; Carta Maior).
O pior é que encontramos muitos brasileiros que apoiam essa medida absurda, a política do Brasil aos poucos vai acabado com o país em nome da ganancia de uma minoria. É lamentável ainda assistimos isso passivamente, como na musica de Chico Buarque:
"Num tempo
Página infeliz da nossa
história
Passagem desbotada na
memória
Das nossas novas
gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão
distraída
Sem perceber que era
subtraída
Em tenebrosas
transações."
A esperança é que isso um dia passe, como o nome da musica "vai passar". A questão é: o que vai sobrar de tudo isso?
domingo, 30 de julho de 2017
Educação Ambiental e Sustentabilidade
Num artigo publicado na
revista Sustentabilidade, Walter Gonçalves de Souza diz algo claro; mas que,
todavia, ainda parece estar distante da nossa realidade nos dias de hoje: “Para
pensar em sustentabilidade, devemos primeiro pensar em uma educação ambiental
voltada para a sustentabilidade”.
Uma frase simples e que
encerra todo um conhecimento e uma constatação muito simples: Muitas pessoas
ouvem constantemente falar sobre sustentabilidade; mas na verdade muito poucas
sabem como levar uma vida mais sustentável ou o que isso significa. Desta
forma, a criação de uma mentalidade sustentável nas pessoas e nas empresas
passa, a princípio, pela criação de uma rede que seja capaz de fornecer a
educação ambiental necessária para o correto entendimento e a criação de uma
cultura de sustentabilidade que se espalhe por todas as camadas da sociedade.
Iniciar a formação de
uma mentalidade sustentável e fornecer os conhecimentos necessários para isso
deve se iniciar desde a mais tenra infância e assim que as crianças consigam
compreender os conceitos existentes por trás deste tema importantíssimo. Isso
permitirá que num futuro próximo, essas crianças se transformem em
multiplicadores e, em um tempo mais distante, em adultos conscientes e
competentes para buscar métodos e modelos de vida que garantam a
sustentabilidade de suas casas e a sustentabilidade de suas cidades. Exercendo
o seu poder de pressão e de decisão sobre as empresas e sobre toda a sociedade
em que vivem.
Essa educação ambiental
e os conceitos de sustentabilidade devidamente arraigados e cultivados nos
corações e nas mentes das futuras gerações; proporcionarão o poder necessário
as massas para que exerçam a capacidade de regular o mercado e garantir que os
aproveitadores e espertalhões de plantão sejam severamente banidos; garantindo
uma sobrevida apenas para as empresas que sigam os preceitos da
sustentabilidade na fabricação de seus produtos ou no fornecimento de seus
serviços, ou seja, uma empresa sustentável. Assim, o poder do indivíduo
transbordará para toda a sociedade e ganhará força, cada vez maior,
pressionando as corporações a cuidar melhor e proteger o meio ambiente em que
se inserem.
Esta é, sem sombra de
dúvidas, a característica mais essencial e mais positiva e que, evidentemente,
mais garantirá a continuidade de uma boa condição de vida para as gerações
futuras. Uma correta educação ambiental eliminará a ideia errônea e egoísta de
que “estamos sós”. E provará, até para os mais céticos, que tudo está
interligado e que cada ação, negativa ou positiva, tem seus reflexos no meio
ambiente que nos cerca. Quando o ser humano entender isso e todas as sociedades
voltarem-se para a importância que representa levar uma vida mais sustentável;
o mundo deixará de correr o grave risco que hoje corre de uma aniquilação pelo
esgotamento de sua capacidade de manter nossas vidas no ritmo atual de
exigências e de consumo que imprimimos, e quem sabe conseguiremos ter um
planeta sustentável.
Desde que o homem está
sobre a terra, nós estamos consumindo e destruindo o ambiente que nos cerca e
nos provém a vida. No entanto, nos dias atuais, já somos capazes de criar um
entendimento e perceber que esse comportamento acabará por exterminar nossa
sociedade e nossa raça. Temos, portanto, o dever de prover as gerações que se
apresentam e as futuras, os meios necessários para compreender os desafios e os
problemas e contribuir de forma decisiva para a solução e para a busca de novos
horizontes quando o assunto é sustentabilidade ambiental.
E esta; pode
acreditar, é uma decisão de vida ou de morte.
quarta-feira, 7 de junho de 2017
Acordo de Paris (CARTA – EDUCAÇÃO)
O presidente dos EUA, Donald Trump,
anunciou na quinta 1 a retirada de seu país do Acordo de Paris, firmado em 2015
com o intuito de reduzir o aquecimento global. O presidente alegou que, além do
acordo oferecer vantagem aos demais países, estaria destruindo os empregos
americanos. A decisão é vista com
preocupação por especialistas já que pode prejudicar o combate às mudanças
climáticas. Para entender os possíveis impactos, Carta Educação conversou com a
diretora-executiva do WRI Brasil, Rachel Biderman. Confira!
O que é o acordo de Paris?
Criado
em 2015, durante a 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC (United Nations
Framework Convention on Climate Change), o Acordo de Paris é uma iniciativa que
estabelece mecanismos para que os países limitem o aumento da temperatura
global e fortaleçam a defesa contra os impactos da mudança climática.
Quantos países aderem ao Acordo?
O
Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países Parte da UNFCCC. Com a saída dos
EUA, são 194 países signatários.
Quando ele passou a valer?
O
Acordo passou a valer em 4 de novembro de 2016, quando 92 países o ratificaram.
Como os países se integram ao Acordo?
Cada
país fica responsável por construir seus próprios compromissos na redução de
emissão dos gases de efeito estufa, de acordo com o que o governo considera
viável a partir de seu cenário social e econômico. A intenção é apresentada por
meio do documento chamado Pretendidas Contribuições Nacionalmente Determinadas
(NDC).
Como o Brasil se comprometeu com o acordo?
Por
meio da NDC do Brasil, o país se comprometeu a reduzir em 37% suas emissões de
gases estufa até 2025 (em relação ao montante registrado em 2005), e em 43% até
2030.
Qual a sua análise sobre a situação brasileira diante do
acordo?
O
Brasil está atrasado no cumprimento do compromisso e temos pouco tempo para
alterar o processo das metas. Dependeria de mudança de rumos nas políticas
públicas, principalmente em relação ao investimento do dinheiro público nos
setores agrícola e energético. É necessário diminuir o uso de combustíveis
fósseis, como carvão e petróleo, e migrar gradativamente para a geração
elétrica solar e eólica. Também acho importante melhorar os processos nas
hidrelétricas e ressuscitar o programa de incentivo da produção e uso do
etanol.
Por que é importante os EUA participar do Acordo de Paris?
Como segundo maior emissor do mundo, a primeira questão é diminuir seu volume de emissão – os EUA tinham se comprometido a reduzir suas emissões de gases clima em 26-28% até 2025. Em segundo lugar, pesam questões econômicas e políticas. Os EUA tem um peso enorme nas negociações internacionais e essa saída pode ser mal interpretada pelos outros países.
Como segundo maior emissor do mundo, a primeira questão é diminuir seu volume de emissão – os EUA tinham se comprometido a reduzir suas emissões de gases clima em 26-28% até 2025. Em segundo lugar, pesam questões econômicas e políticas. Os EUA tem um peso enorme nas negociações internacionais e essa saída pode ser mal interpretada pelos outros países.
Quais os riscos disso?
Os
países podem interpretar essa situação como o fracasso do acordo e, com isso,
resolverem sair. Essa é a grande preocupação. As críticas direcionadas à medida
norte-americana são de negociadores internacionais, cientistas, políticos,
ativistas que sabem que a questão ambiental é importante e que a humanidade
está em jogo.
Agora, os Estados Unidos integram, ao lado de Síria e
Nicarágua, o grupo de países que não aderem ao Acordo. Qual o impacto?
Em
termo de emissões, a Síria e Nicarágua não têm muita importância, são pequenos.
Agora, os EUA estava à frente do processo de regulamentação do acordo e agora
está como o último da fila, entre o grupo dos que negam uma pauta
considerada por quase todos os líderes do planeta. É um retrocesso.
quinta-feira, 1 de junho de 2017
domingo, 26 de fevereiro de 2017
Águas Residuais será o centro dos debates do Dia Mundial da Água 2017.
A Organização das Nações Unidas (ONU)
estabeleceu o tema “Águas Residuais” como o foco das discussões para o Dia
Mundial da Água 2017, a ser celebrado em 22 de março.
Popularmente conhecida como
esgoto, as águas residuais compreendem todo o volume de água que teve suas
características naturais alteradas após o uso doméstico, comercial ou
industrial. Trata-se de uma substância com grau de impureza que varia de acordo
com sua utilização, mas que sempre contém agentes contaminantes e
potencialmente prejudiciais à saúde humana e à natureza de modo geral.
O retorno dessa água ao meio
ambiente deve necessariamente sofrer tratamento de modo que ela volte a
apresentar qualidade e limpeza adequadas para que seja lançada no corpo
receptor (rio, lago ou mar) sem causar danos à saúde e ao ecossistema.
No Brasil, a coleta e tratamento
das águas residuais configuram-se como grande desafio para o saneamento
ambiental. Segundo o Instituto Trata Brasil, apenas 48,6% da população tem
acesso à coleta de esgoto, sendo que deste efluente coletado somente 40% passa
por algum tipo de tratamento antes de ser descartado no meio ambiente.
O tema ainda demonstra a
desigualdade social no país. Estados mais carentes e menos desenvolvidos
apresentam menos acesso ao saneamento básico frente aos Estados com mais
recursos. Por exemplo, a região norte é que apresenta as médias mais baixas de
tratamento de esgoto (14,36%), enquanto o Centro-Sul brasileiro apresenta
melhores índices, acima da média nacional.
A universalização do saneamento,
com atendimento em 100% de tratamento de água, coleta e tratamento de águas
residuais são essenciais para a dignidade humana e a saúde pública. O Instituto
Trata Brasil estima que são necessários R$ 508 bilhões até 2033 para
universalizar o acesso aos 4 serviços do saneamento (água, esgotos, resíduos e
drenagem). Somente para água e esgoto serão necessários R$ 303 bilhões.
Especialistas do setor sugerem
que cada R$1 investido em saneamento economiza-se R$4 na área da saúde. Não é
só nesse campo que ocorrem impactos positivos. A Confederação Nacional da
Indústria (CNI) atenta que cada R$ 1 investido em saneamento gera R$ 3,13 em
riquezas à economia, já que saneamento demanda grande quantidade de obras e
serviços, movimentando áreas da indústria, comércio e setor de serviços em todo
o ciclo que vai da captação e abastecimento de água à coleta e tratamento do esgoto.
Para cada R$ 1 bilhão investido em saneamento, 58 mil empregos diretos e
indiretos seriam criados: sendo 27 mil na indústria, 25,1 mil no setor de
serviços e 5,9 mil em agropecuária.
Sobre
o dia Mundial da Água
O Dia Mundial da Água foi criado
pela ONU no dia 22 de março de 1992. Desde então, essa mesma data a cada ano é
destinada à discussão sobre os diversos temas relacionados a este importante
bem natural.
A data comemorativa é uma
oportunidade para se conhecer mais sobre a problemática da água, promover
debates na sociedade e tomar atitudes que façam a diferença no uso racional de
água. A cada ano, a ONU escolhe um tema diferente para ser discutido que
corresponde a um desafio atual ou futuro.
No ano passado, a ONU divulgou os
temas das três próximas edições do Dia Mundial da Água, sendo que em 2016 os
debates ocorreram em torno de “Água e Empregos”, em 2017 conforme já agendado
será “Água Residual” e em 2018 terão como foco “Soluções Naturais para a Água”.
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