Você não deve ter visto
uma ararinha-azul voando por aí. O animal é considerado extinto na natureza: em
2000, a última sumiu.
Mas já deve ter visto a
ararinha no cinema ou na TV. Ela é a estrela da animação “Rio”, do diretor
brasileiro Carlos Saldanha.
No filme, a arara Blu,
que mora nos Estados Unidos, descobre ser a penúltima da espécie. Precisa
viajar ao Rio para conhecer a única fêmea e ter filhotes com ela.
Na vida real, é
parecido. O Projeto Ararinha na Natureza, associação entre o ICMBio (Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e empresas, luta para salvar a
ave. Mas, diferentemente do
filme, não restam só duas aves no mundo. Atualmente são 86, distribuídas em
cativeiros do Brasil, da Alemanha, da Espanha e do Qatar.
Existem dois cativeiros
brasileiros, ambos no interior de São Paulo. Os locais não são revelados, para
evitar que as ararinhas sejam roubadas por traficantes da animais silvestres.
O objetivo dos países
que guardam as aves é o mesmo: fazer com que tenham filhotes para que possam
voltar ao habitat natural, a caatinga nordestina, entre Bahia e Pernambuco.
“Precisamos ter 150
ararinhas em cativeiro para que possamos soltá-las”, explica Ugo Vercillo,
coordenador do ICMBio e do projeto, criado em 2012.
“É importante que
sempre tenhamos ararinhas em cativeiro, como uma poupança. Para isso, é preciso
que nasçam 30 aves em cativeiro por ano. Atualmente, nascem sete.”
A previsão é que em
2021 elas possam ser soltas.
Grande parte do esforço
vem da fundação Al Wabra, no Qatar. Lá vivem 67 ararinhas. “O Brasil precisa
ter mais ararinhas se reproduzindo para que possamos enviar as nossas ao país”,
diz Tim Bouts, diretor da Al Wabra. Desde 2004, 40 nasceram na fundação.
Como em “Rio”, as
ararinhas se apaixonam. Costumam ter só um namorado ou namorada na vida. A
reprodução nos cativeiros só ocorre quando as aves encontram seus parceiros.
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